terça-feira, 19 de abril de 2016

PAS619. O ataque do puma

Serviram-se e começaram a comer com apetite. A certa altura Charlie deteve-se para dizer:
— Desculpe-me, Bronston
— Tinhas direito de fazê-lo, rapaz. Olha, Charlie. No Oeste é preciso ser como tu, pouco desordeiro. Raramente atacam ou incomodam um homem que está sempre a dar provas de poder, força e violência. Quem paga sempre são os fracos e os tímidos. Todavia, a ti falta-te uma coisa para poderes merecer a nossa total aprovação, a de Guy e a minha, claro.
— Que me falta?
— A serenidade, pequeno — interveio Mac Kenn — paciência, calma ... chama-lhe o que quiseres. Além disso, ainda não vimos como atiras.
— Creio... que o não faço mal de todo.
— Nunca se atira totalmente bem. Para te defenderes com o revólver, não esqueças que tens de praticar muito. Sempre, por norma, procura evitar lutas a tiro.
— Sim ... sem querer ofendê-los, pareceu-me que vocês são bastante contrários a empregar os revólveres, e não creio que seja por medo. Mas parecem-me pacíficos.
— Já viste um puma? Reparaste no preguiço-sas que são quando não têm nada que fazer? Lentas, suaves ... Mas viste como atacam? Não são nem lentas nem suaves. O puma é um animal inteligente. Pensa que deve empregar todo o seu poder apenas quando é preciso.
— Assim são vocês? — perguntou Charlie, vendo sorrir os dois amigos —. Por que me ensinam tudo isso?
— Porque és jovem ... e te estimamos. E agora basta de conversa. Empresta-me a navalha de barba, porque vou dar uma volta esta noite

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