Era uma das raparigas mais bonitas que Cass Tirrell vira nos dias da sua vida.
Estava caída a um lado do caminho, com o rosto pálido voltado para o céu azul.
Sem desmontar, Cass olhou em volta. Não viu nada de anormal na habitual paisagem de árvores e pastagem que rodeava o caminho até Cheyenne.
Aproximou mais o cavalo e depois desmontou.
Antes de se ajoelhar junto da rapariga, olhou-a novamente.
Usava uma blusa simples, saia de montar e umas botas muito elegantes, de tacão alto e esporas.
Era, certamente, uma rancheira da região, Cass não a conhecia, como é natural, pois a rapariga teria uns dezanove anos e ele há dezoito que saíra dali, para só agora voltar.
Pegou na jovem como se fosse uma pena e atravessou-a sobre a sela do cavalo. Depois montou ele próprio, após o que tomou a rapariga nos braços. Lembrava-se, vagamente, de que, não muito longe, corria um pequeno regato, e dirigiu o cavalo para lá.
Alcançou-o em menos tempo do que pensara. Desmontou e transportou o corpo inanimado até à beira da água, pondo-o, cuidadosamente sobre a relva, fresca e macia.
Tirou o lenço do pescoço e examinou detidamente a formosa cabeça da rapariga. Encontrou um ferimento na nuca. Ao que lhe pareceu, fora provocado por uma pedra, quando ela caiu... de um cavalo, talvez?
Enquanto fazia esta interrogação a si mesmo, molhou o lenço na água e começou a limpar o ondulado e ruivo cabelo empastado de sangue e pó. Quando viu a ferida completamente livre de sujidade, molhou a ponta do lenço com uísque que tirou de um cantil e procedeu a uma sumária desinfeção. Em seguida rasgou várias tiras do lenço e com elas improvisou uma ligadura que passou à roda da cabeça da rapariga.
Permaneceu algum tempo a contemplar a respiração ritmada que o elevar do peito juvenil marcava. Simultaneamente, tentava calar uma voz que só ele ouvia:
«— Vai-te embora e não voltes! Não voltes a Cheyenne! Vai-te, idiota...»
Levantou-se, uma vez que a rapariga não voltava a si, resolveu levá-la a Cheyenne. Lá, certamente, que alguém a conheceria.
Voltou a pegar-lhe e aproximou-se do cavalo, quando ouviu o ruido provocada pelas patas de vários cavalos lançados a galope.
Tornou a pousar a rapariga no chão e quando levava a mão ao «Colt» verificou que já não tinha tempo.
Segundos mais tarde, estava cercado por uns vinte cavaleiros silenciosos, todos vaqueiros, a julgar pelos trajos que usavam.
— Quem é você e que faz aqui com a minha filha? Que aconteceu? Responda!
Quem fazia estas perguntas era um homem forte e alto como um pinheiro, de olhos cinzentos e de aspeto nobre, apesar dos seus modos e do tom das suas palavras.
— Encontrei-a a cerca de meia milha daqui, patrão — respondeu Cass em tom ainda mais seco do que o cavaleiro. — Suponho que caiu de um cavalo, mas isso só ela o poderá explicar quando acordar. Quanto a mim, chamo-me Cass Tirrell e vou a caminho de Cheyenne.
O rancheiro não respondeu, pois desmontara já de um salto e correra para a filha.
Depois de a examinar, tomou-a nos braços e caminhou para o cavalo. No caminho olhou para as tiras que ligavam a cabeça da rapariga e em seguida para os restas do lenço que Cass tinha preso ao pescoço.
Foi já com modos afáveis que voltou a falar ao rapaz.
— Espero que não seja nada de grave, Tirrell —disse-lhe ele. — Se não tem pressa de chegar a Cheyenne, peço-lhe que nos acompanhe, ao meu rancho.
— O senhor manda — respondeu Cass.
— Então vamos.
Montou, a cavalo e voltou-se para um dos vaqueiros:
— Tu, Phil, corre a Cheyenne, e chama um dos médicos de lá.
Ao colocar o pé no estribo, Cass olhou em volta e sentiu-se satisfeito por não notar a mínima hostilidade nos semblantes dos vaqueiros.
O chamado Phil partiu a galope e o grupo pôs-se também em marcha com o rancheiro à frente a marcar um andamento moderado e Cass logo atrás dele,
Meia hora depois, a' rapariga começou a dar sinais de voltar a si, e todos pararam.
Ela não sofrera, realmente, mais do que o desmaio provocado pela pancada, porquanto, decorridos uns momentos de natural confusão, mostrou-se logo risonha e bem-disposta, ante a compreensível alegria do rancheiro.
Este e a filha trocaram algumas palavras e depois ela passou para a garupa do cavalo, agarrando-se à cintura do pai.
Antes de se porem de novo em marcha, Cass viu que ela se voltava para trás e lhe sorria, ao mesmo tempo que acenava com a mão.
O rapaz sentiu-se deslumbrado com o encanto daquele sorriso e com o brilho de tão formosos olhos.
Correspondeu com uni ligeiro sorriso e depois desviou os olhos.
Seguia na retaguarda do grupo, embrenhado nos seus pensamentos, quando notou que alguém cavalgava a seu lado, estribo com estribo.
Voltou a cabeça e enfrentou um semblante tão duro como o seu próprio, embora muito mais velho, no qual luziam uns olhos castanhos e vivos.
Estava caída a um lado do caminho, com o rosto pálido voltado para o céu azul.
Sem desmontar, Cass olhou em volta. Não viu nada de anormal na habitual paisagem de árvores e pastagem que rodeava o caminho até Cheyenne.
Aproximou mais o cavalo e depois desmontou.
Antes de se ajoelhar junto da rapariga, olhou-a novamente.
Usava uma blusa simples, saia de montar e umas botas muito elegantes, de tacão alto e esporas.
Era, certamente, uma rancheira da região, Cass não a conhecia, como é natural, pois a rapariga teria uns dezanove anos e ele há dezoito que saíra dali, para só agora voltar.
Pegou na jovem como se fosse uma pena e atravessou-a sobre a sela do cavalo. Depois montou ele próprio, após o que tomou a rapariga nos braços. Lembrava-se, vagamente, de que, não muito longe, corria um pequeno regato, e dirigiu o cavalo para lá.
Alcançou-o em menos tempo do que pensara. Desmontou e transportou o corpo inanimado até à beira da água, pondo-o, cuidadosamente sobre a relva, fresca e macia.
Tirou o lenço do pescoço e examinou detidamente a formosa cabeça da rapariga. Encontrou um ferimento na nuca. Ao que lhe pareceu, fora provocado por uma pedra, quando ela caiu... de um cavalo, talvez?
Enquanto fazia esta interrogação a si mesmo, molhou o lenço na água e começou a limpar o ondulado e ruivo cabelo empastado de sangue e pó. Quando viu a ferida completamente livre de sujidade, molhou a ponta do lenço com uísque que tirou de um cantil e procedeu a uma sumária desinfeção. Em seguida rasgou várias tiras do lenço e com elas improvisou uma ligadura que passou à roda da cabeça da rapariga.
Permaneceu algum tempo a contemplar a respiração ritmada que o elevar do peito juvenil marcava. Simultaneamente, tentava calar uma voz que só ele ouvia:
«— Vai-te embora e não voltes! Não voltes a Cheyenne! Vai-te, idiota...»
Levantou-se, uma vez que a rapariga não voltava a si, resolveu levá-la a Cheyenne. Lá, certamente, que alguém a conheceria.
Voltou a pegar-lhe e aproximou-se do cavalo, quando ouviu o ruido provocada pelas patas de vários cavalos lançados a galope.
Tornou a pousar a rapariga no chão e quando levava a mão ao «Colt» verificou que já não tinha tempo.
Segundos mais tarde, estava cercado por uns vinte cavaleiros silenciosos, todos vaqueiros, a julgar pelos trajos que usavam.
— Quem é você e que faz aqui com a minha filha? Que aconteceu? Responda!
Quem fazia estas perguntas era um homem forte e alto como um pinheiro, de olhos cinzentos e de aspeto nobre, apesar dos seus modos e do tom das suas palavras.
— Encontrei-a a cerca de meia milha daqui, patrão — respondeu Cass em tom ainda mais seco do que o cavaleiro. — Suponho que caiu de um cavalo, mas isso só ela o poderá explicar quando acordar. Quanto a mim, chamo-me Cass Tirrell e vou a caminho de Cheyenne.
O rancheiro não respondeu, pois desmontara já de um salto e correra para a filha.
Depois de a examinar, tomou-a nos braços e caminhou para o cavalo. No caminho olhou para as tiras que ligavam a cabeça da rapariga e em seguida para os restas do lenço que Cass tinha preso ao pescoço.
Foi já com modos afáveis que voltou a falar ao rapaz.
— Espero que não seja nada de grave, Tirrell —disse-lhe ele. — Se não tem pressa de chegar a Cheyenne, peço-lhe que nos acompanhe, ao meu rancho.
— O senhor manda — respondeu Cass.
— Então vamos.
Montou, a cavalo e voltou-se para um dos vaqueiros:
— Tu, Phil, corre a Cheyenne, e chama um dos médicos de lá.
Ao colocar o pé no estribo, Cass olhou em volta e sentiu-se satisfeito por não notar a mínima hostilidade nos semblantes dos vaqueiros.
O chamado Phil partiu a galope e o grupo pôs-se também em marcha com o rancheiro à frente a marcar um andamento moderado e Cass logo atrás dele,
Meia hora depois, a' rapariga começou a dar sinais de voltar a si, e todos pararam.
Ela não sofrera, realmente, mais do que o desmaio provocado pela pancada, porquanto, decorridos uns momentos de natural confusão, mostrou-se logo risonha e bem-disposta, ante a compreensível alegria do rancheiro.
Este e a filha trocaram algumas palavras e depois ela passou para a garupa do cavalo, agarrando-se à cintura do pai.
Antes de se porem de novo em marcha, Cass viu que ela se voltava para trás e lhe sorria, ao mesmo tempo que acenava com a mão.
O rapaz sentiu-se deslumbrado com o encanto daquele sorriso e com o brilho de tão formosos olhos.
Correspondeu com uni ligeiro sorriso e depois desviou os olhos.
Seguia na retaguarda do grupo, embrenhado nos seus pensamentos, quando notou que alguém cavalgava a seu lado, estribo com estribo.
Voltou a cabeça e enfrentou um semblante tão duro como o seu próprio, embora muito mais velho, no qual luziam uns olhos castanhos e vivos.