Passaram semanas. O dia da libertação de Frankie Gerson aproximava-se.
Entre os homens tinha-se estabelecido uma corrente de amizade.
Por fim, chegou o último jantar servido por Frankie.
Os reclusos formavam várias filas com dois pratos nas mãos.
Os caldeiros com a comida estavam colocados ao fundo e os presos avançavam lentamente para eles.
Gerson ia enchendo os pratos.
Alguns presos felicitavam-no pelo termo da condenação. Outros não diziam nada. A conduta de Gerson não Linha sido muito cordial com os seus companheiros, pelo que todos se alegravam com a sua próxima liberdade.
Foster estava à frente de uma fila próxima, aguardando que chegasse a altura de se aproximar dos caldeiros.
Gerson não dissimulava a sua alegria. Sorria abertamente enquanto servia os pratos.
De súbito tudo mudou. O seu sorriso interrompeu-se. Foster, que o observava, pôde dar-se perfeita conta do que se passou.
Um preso, alto e forte, corpulento, de pele lustrosa e bigode negro, atirou o seu prato cheio de puré de batata contra Gerson.
Armou-se uma gritaria impressionante.
O recluso descarregou o punho, com toda a violência, no estômago de Gerson, atingindo-o em cheio.
Foster compreendeu o que ia acontecer. Largou os dois pratos e saltou como um gamo.
No momento exato em que o atacante ia descarregar, pela segunda vez, um murro, Foster deteve-lhe o braço que já iniciara a trajetória, e empurrou-o violentamente, fazendo-o dar meia volta.
O rosto engordurado do homem ofereceu-se, descoberto, a Foster.
O golpe que lhe descarregou foi terrível e brutal. O nariz do preso pareceu estalar e o sangue jorrou com violência.
O tipo tentou defender-se, mas só conseguiu exasperar ainda mais Foster, que lhe atirou uma série de cinco socos consecutivos, em pleno rosto, que o entonteceram.
Era um tipo gigantesco mas falho de reflexos.
Quando caía, Foster empurrou-o contra um dos caldeiros, precipitando-o lá dentro.
Gerson, recomposto do golpe recebido, havia-se afastado do cenário da luta.
Os presos gritavam, excitados.
Rapidamente três guardas levaram Foster.
Uma hora mais tarde, devolviam-no à cela, onde encontrou Gerson, de pé, aguardando-o.
Quando o viu entrar, lançou-se sobre ele, estreitando-o nos braços.
— Obrigado, obrigado... — murmurou. — Se não fosses tu, amanhã não sairia.
— Limitei-me a cumprir o meu dever. Julgo que aquele tipo só pretendia prejudicar-te.
— Assim era... Há um par de anos...
— Não me interessa o que sucedeu, Gerson. Sei o que são oito semanas em Salt Lake e quis evitar-tas.
— À custa de as cumprires tu.
— Quando restam dez anos à nossa frente, não se pensa muito nessas coisas.
— John, és um excelente homem... Gostaria de ajudar tua mulher... Posso ir em busca do que fugiu com o dinheiro... Sabes que Mary precisa de dólares, precisa de ajuda... E sabes que não lha deram.
— Não cumpriram a palavra.
— Farei com que a cumpram... John, podes depositar absoluta confiança em mim. Estou-te muito agradecido e serei digno do favor que me prestaste... Se me disseres onde poderei encontrar o que fugiu com o roubo, procurá-lo-ei e obrigá-lo-ei a cumprir a sua promessa.
Foster hesitou. Olhou para Gerson e julgou ver sinceridade nos seus olhos.
— Sai do teu mutismo... É a mim que o dizes, não à Lei... Não faltará nada a Mary, compreendes... ? Ajudá--la-ei como se tu mesmo o fizesses... Espera o menino dentro de cinco meses e precisa que a ajudem...
-- Sim... chama-se Dayli e vive em Visount. É tudo o que sei.
Gerson sentiu uma alegria feroz no seu íntimo. Conteve-se para não a mostrar.
— Cumprirei, Foster, como os bons — murmurou, deixando-se cair no catre.
Pela cabeça passaram-lhe estranhas ideias de sangue e de morte. Gerson via-se já nadando em ouro.
Noventa e sete mil e trezentos dólares era muito. Mesmo que Dayli tivesse gastado a mãos largas, restaria, pelo menos, metade.
Ainda era uma importância suficiente para fazer feliz um homem como Frankie Gerson.
Eram oito horas da noite, quando as portas do armazém se abriram.
Mary estava a fechar as contas do dia. Não era frequente vender alguma coisa a partir daquela hora.
Quando ouviu o ruído metálico da campainha que tocava ao abrir-se a porta, Mary saiu das traseiras e foi ao encontro do cliente.
Entre os homens tinha-se estabelecido uma corrente de amizade.
Por fim, chegou o último jantar servido por Frankie.
Os reclusos formavam várias filas com dois pratos nas mãos.
Os caldeiros com a comida estavam colocados ao fundo e os presos avançavam lentamente para eles.
Gerson ia enchendo os pratos.
Alguns presos felicitavam-no pelo termo da condenação. Outros não diziam nada. A conduta de Gerson não Linha sido muito cordial com os seus companheiros, pelo que todos se alegravam com a sua próxima liberdade.
Foster estava à frente de uma fila próxima, aguardando que chegasse a altura de se aproximar dos caldeiros.
Gerson não dissimulava a sua alegria. Sorria abertamente enquanto servia os pratos.
De súbito tudo mudou. O seu sorriso interrompeu-se. Foster, que o observava, pôde dar-se perfeita conta do que se passou.
Um preso, alto e forte, corpulento, de pele lustrosa e bigode negro, atirou o seu prato cheio de puré de batata contra Gerson.
Armou-se uma gritaria impressionante.
O recluso descarregou o punho, com toda a violência, no estômago de Gerson, atingindo-o em cheio.
Foster compreendeu o que ia acontecer. Largou os dois pratos e saltou como um gamo.
No momento exato em que o atacante ia descarregar, pela segunda vez, um murro, Foster deteve-lhe o braço que já iniciara a trajetória, e empurrou-o violentamente, fazendo-o dar meia volta.
O rosto engordurado do homem ofereceu-se, descoberto, a Foster.
O golpe que lhe descarregou foi terrível e brutal. O nariz do preso pareceu estalar e o sangue jorrou com violência.
O tipo tentou defender-se, mas só conseguiu exasperar ainda mais Foster, que lhe atirou uma série de cinco socos consecutivos, em pleno rosto, que o entonteceram.
Era um tipo gigantesco mas falho de reflexos.
Quando caía, Foster empurrou-o contra um dos caldeiros, precipitando-o lá dentro.
Gerson, recomposto do golpe recebido, havia-se afastado do cenário da luta.
Os presos gritavam, excitados.
Rapidamente três guardas levaram Foster.
Uma hora mais tarde, devolviam-no à cela, onde encontrou Gerson, de pé, aguardando-o.
Quando o viu entrar, lançou-se sobre ele, estreitando-o nos braços.
— Obrigado, obrigado... — murmurou. — Se não fosses tu, amanhã não sairia.
— Limitei-me a cumprir o meu dever. Julgo que aquele tipo só pretendia prejudicar-te.
— Assim era... Há um par de anos...
— Não me interessa o que sucedeu, Gerson. Sei o que são oito semanas em Salt Lake e quis evitar-tas.
— À custa de as cumprires tu.
— Quando restam dez anos à nossa frente, não se pensa muito nessas coisas.
— John, és um excelente homem... Gostaria de ajudar tua mulher... Posso ir em busca do que fugiu com o dinheiro... Sabes que Mary precisa de dólares, precisa de ajuda... E sabes que não lha deram.
— Não cumpriram a palavra.
— Farei com que a cumpram... John, podes depositar absoluta confiança em mim. Estou-te muito agradecido e serei digno do favor que me prestaste... Se me disseres onde poderei encontrar o que fugiu com o roubo, procurá-lo-ei e obrigá-lo-ei a cumprir a sua promessa.
Foster hesitou. Olhou para Gerson e julgou ver sinceridade nos seus olhos.
— Sai do teu mutismo... É a mim que o dizes, não à Lei... Não faltará nada a Mary, compreendes... ? Ajudá--la-ei como se tu mesmo o fizesses... Espera o menino dentro de cinco meses e precisa que a ajudem...
-- Sim... chama-se Dayli e vive em Visount. É tudo o que sei.
Gerson sentiu uma alegria feroz no seu íntimo. Conteve-se para não a mostrar.
— Cumprirei, Foster, como os bons — murmurou, deixando-se cair no catre.
Pela cabeça passaram-lhe estranhas ideias de sangue e de morte. Gerson via-se já nadando em ouro.
Noventa e sete mil e trezentos dólares era muito. Mesmo que Dayli tivesse gastado a mãos largas, restaria, pelo menos, metade.
Ainda era uma importância suficiente para fazer feliz um homem como Frankie Gerson.
Eram oito horas da noite, quando as portas do armazém se abriram.
Mary estava a fechar as contas do dia. Não era frequente vender alguma coisa a partir daquela hora.
Quando ouviu o ruído metálico da campainha que tocava ao abrir-se a porta, Mary saiu das traseiras e foi ao encontro do cliente.
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