Frankie cavalgava a toda a brida a caminho da cidade. Tinha decidido ir a Saryvillla e correr a mesma sorte do índio e do seu irmão. Tinha de comunicar também ao sacerdote Griver a notícia da mudança da reserva índia antes que fosse demasiado tarde,
Quando chegou aos arrabaldes da cidade, pressentiu que algo de anormal se passava. Não viu ninguém. Esporeou o cavalo, obrigando-o a correr ainda mais. Um pressentimento estranho apoderava-se dele. Quando se aproximava dia praça, ouviu o rumor de grande multidão. Um medo indescritível percorreu todo o seu corpo. Esporeou mais uma vez o cavalo. Dobrou a esquina da rua principal e viu o que tanto temia. A população inteira dia cidade estava reunida à porta do ferrador. No centro, de pé, mais alto que os presentes, viu Adam com as mãos atadas. Vários homens tinham acabado de colocar a corda na trave do estábulo, e ajustavam-na paira que não escorregasse.
Frankie deteve a sua montada e gritou:
— Adam!
O índio levantou as mãos para o saudar. Frankie saltou do cavalo como um louco. Na sua cega fúria abriu passagem por entre a multidão, descarregando com violência os seus punhos. Chegou junto de Adam. Vários homens contiveram-no. Soluçando e gritando lutou com toda a força para se soltar. Alguns afastaram-se, assustados com energia ide Frankie, que dava pontapés, esquivava-se e mordia, lutando como um animal selvagem, até que por fim o dominaram e retiveram a uns dez pés do índio, que tinha assistido à luta com selvagem prazer...
— Larguem-me! Porcos, canalhas! — gritava Frankie, com o rosto ensanguentado: — Deixem-me! Hei-de matá-los a todos! Juro que os matarei!
Ben fez um sinal ao xerife Hal e ordenou-lhe:
— Comece a execução.
Um comissário trouxe um cavalo, e Adam foi obrigado a montá-lo. Outro comissário, a cavalo, passou o laço à volta do pescoço da pele-vermelha. O laço era pequeno.
Frankie omitiu uns sons entrecortados com soluços. Não queria acreditar no que os seus olhos viam. Gritou desesperado:
— Adam! Que te vão fazer?
O índio olhou para ele, mas logo deixou o ver, porque alguns homens se colocaram entre eles. Frankie contemplou-o com os olhos rasos de água. O. pele-vermelha levantou de nova as mãos num último adeus ao amigo.
O xerife bateu com um chicote no dorso do -animal Este deu um salto e Adam ficou suspenso da corda, balouçando no ar.
O macabro movimenta de pêndulo foi gradualmente diminuindo. O índio levou as mãos atadas à garganta. Expirava a pouco e pouco. Era um ser que se encontrava frente à Eternidade, lutando, sem esperanças, pela vida. A sua agonia foi longa, muita longa mesma.
Frankie observava-o, desesperado, com os olhos marejados de lágrimas.
O corpo de Adam inteiriçou-se e u as suas mãos caíram para a frente, sem vida. Tudo tinha acabado e um terrível silêncio desceu sobre a multidão.
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