Pela meia tarde, Buck ia a caminho de regresso. Ia tão absorto nos seus pensamentos que afrouxou as rédeas e deixou que as mulas seguissem à sua vontade. Conheciam o trajeto tão bem como ele.
O rio tinha muitas zonas de areia movediça. Para evitar acidentes, os lugares transitáveis estavam marcados com estacas de ambos os lados. A carruagem meteu-se por entre estas. De repente, as mulas caíram e o carro afundou-se até um palmo por cima das rodas. Buck voltou à realidade, consciente de que se encontrava em terra pantanosa. Puxou freneticamente as rédeas para sair do perigo. Era inútil. Os animais não encontravam terra firme debaixo das ferraduras. Tinha ouvido tantas histórias de desaparecidos naqueles sítios... Sabia que se não conseguia uma ajuda rápida, perderia o carro e as mulas. Ele não estava em perigo. Podia sair a nado. Não se preocupou a perguntar quem era o culpado daquilo. Só lhe interessava salvar-se e, se possível fosse, os animais e o carro.
Alcançou a margem a nado e aguardou uns segundos. Até ele chegava agora o galope de vários cavalos. Os cavaleiros da Cur Company nunca caminhavam em pelotão. Deitou a mão à sua espingarda, para o que desse e viesse. Não tardou em ver aparecer cinco cavaleiros bem armados. Baixou a sua arma e esperou, enquanto eles se metiam à água. O chefe era um homenzinho de cabelo avermelhado. Fez alto ao ver a situação do carro. Então, aproximou-se do lugar cautelosamente. Viram-no e o homem dirigiu-se a ele.
— Tentaremos salvar os teus cavalos — a sua expressão e o seu modo não eram nada amistosos. — Mudámos as estacas antes de passares. Não tens, pois, que me agradecer.
Buck não os conhecia; não obstante, estava certo de já ter visto aquele tipo. A sua voz era dura e tinha uma segurança absoluta. Não desperdiçava urna só palavra. Os outros, todos tipos valentes, vaqueiros que tinham saltado por cima da Lei, atuavam com firmeza e rapidez. O chefe tinha conseguido para si uma lealdade daqueles homens como nunca tinham tido para ninguém. Resmungaram mas trabalharam bem. Deitaram os seus laços. Puxaram o carro e as mulas. Em poucos minutos tinham conseguido os seus propósitos e os animais retomavam terra firme.
O chefe aproximou-se de Buck enquanto os outros recolhiam as suas cordas. Não tinham tempo a perder. O rapaz viu o saco que o homenzinho trazia atado à garupa do seu cavalo e não lhe restaram dúvidas do que tinham estado a fazer em Jamestown aqueles indesejáveis.
— Suponho que devia agradecer-te — disse. — Mas, mudar as estacas foi uma ideia do diabo. Podia ter-me afogado. Porque fizeste isto?
— Amigo, calculámos que viria em nossa perseguição essa matilha de Jamestown... Queríamos fazê-los atrasar... Isto é o mal do nosso ofício: às vezes, pagam os justos por pecadores. Está livre o terreno, Tey? — gritou, dirigindo-se a um dos seus homens que estava de sentinela no alto de uma pequena elevação
— Não se vê ninguém.
— Então, vamo-nos. — Voltou-se para Buck e ordenou-lhe: — Fica aqui uns dez minutos. Depois, muda as estacas se quiseres... Entendido?
Ele concordou e os homens desapareceram.
Montou no seu carro. Foi colocando as coisas em ordem e verificou que quase nada se havia estragado... Voltou a descer e limpou o barro que as mulas tinham agarrado às patas.
A presença do salteador e dos seus homens a poucas milhas da cidade, o seu aspeto de fuga e o receio de que os perseguissem, além da saca, que levava presa à sela, eram por si só factos muito estranhos. Estava quase certo de que acabavam de assaltar o Banco do velho Curty.
Colocou de novo as estacas no lugar devido. Se o xerife tinha partido em perseguição dos fugitivos, vinha com certeza com muita calma. Por fim, deu-se conta de que se aproximava e avistou-o à frente dos seus doze homens de confiança. Pararam à beira do rio e estudaram cuidadosamente o terreno.
-- Que fazes aqui, Buck? — perguntou, bruscamente, Lorton ao vê-lo.
Buck contou o sucedido e concluiu:
— Chegas um pouco tarde, Lorton.
O xerife respirou fundo. O seu rosto mostrava bem como tinha sido até então fácil a sua vida.
— Tive de me preparar, evidentemente.— replicou, evasivo. — Para onde fugiram depois de terem atravessado o rio?
— Perdi-os de vista. Talvez tenham ido para Turba.
Na realidade, não existia razão alguma para o supor, mas naquele momento não tinha a menor intenção de ajudar o xerife.
O rio tinha muitas zonas de areia movediça. Para evitar acidentes, os lugares transitáveis estavam marcados com estacas de ambos os lados. A carruagem meteu-se por entre estas. De repente, as mulas caíram e o carro afundou-se até um palmo por cima das rodas. Buck voltou à realidade, consciente de que se encontrava em terra pantanosa. Puxou freneticamente as rédeas para sair do perigo. Era inútil. Os animais não encontravam terra firme debaixo das ferraduras. Tinha ouvido tantas histórias de desaparecidos naqueles sítios... Sabia que se não conseguia uma ajuda rápida, perderia o carro e as mulas. Ele não estava em perigo. Podia sair a nado. Não se preocupou a perguntar quem era o culpado daquilo. Só lhe interessava salvar-se e, se possível fosse, os animais e o carro.
Alcançou a margem a nado e aguardou uns segundos. Até ele chegava agora o galope de vários cavalos. Os cavaleiros da Cur Company nunca caminhavam em pelotão. Deitou a mão à sua espingarda, para o que desse e viesse. Não tardou em ver aparecer cinco cavaleiros bem armados. Baixou a sua arma e esperou, enquanto eles se metiam à água. O chefe era um homenzinho de cabelo avermelhado. Fez alto ao ver a situação do carro. Então, aproximou-se do lugar cautelosamente. Viram-no e o homem dirigiu-se a ele.
— Tentaremos salvar os teus cavalos — a sua expressão e o seu modo não eram nada amistosos. — Mudámos as estacas antes de passares. Não tens, pois, que me agradecer.
Buck não os conhecia; não obstante, estava certo de já ter visto aquele tipo. A sua voz era dura e tinha uma segurança absoluta. Não desperdiçava urna só palavra. Os outros, todos tipos valentes, vaqueiros que tinham saltado por cima da Lei, atuavam com firmeza e rapidez. O chefe tinha conseguido para si uma lealdade daqueles homens como nunca tinham tido para ninguém. Resmungaram mas trabalharam bem. Deitaram os seus laços. Puxaram o carro e as mulas. Em poucos minutos tinham conseguido os seus propósitos e os animais retomavam terra firme.
O chefe aproximou-se de Buck enquanto os outros recolhiam as suas cordas. Não tinham tempo a perder. O rapaz viu o saco que o homenzinho trazia atado à garupa do seu cavalo e não lhe restaram dúvidas do que tinham estado a fazer em Jamestown aqueles indesejáveis.
— Suponho que devia agradecer-te — disse. — Mas, mudar as estacas foi uma ideia do diabo. Podia ter-me afogado. Porque fizeste isto?
— Amigo, calculámos que viria em nossa perseguição essa matilha de Jamestown... Queríamos fazê-los atrasar... Isto é o mal do nosso ofício: às vezes, pagam os justos por pecadores. Está livre o terreno, Tey? — gritou, dirigindo-se a um dos seus homens que estava de sentinela no alto de uma pequena elevação
— Não se vê ninguém.
— Então, vamo-nos. — Voltou-se para Buck e ordenou-lhe: — Fica aqui uns dez minutos. Depois, muda as estacas se quiseres... Entendido?
Ele concordou e os homens desapareceram.
Montou no seu carro. Foi colocando as coisas em ordem e verificou que quase nada se havia estragado... Voltou a descer e limpou o barro que as mulas tinham agarrado às patas.
A presença do salteador e dos seus homens a poucas milhas da cidade, o seu aspeto de fuga e o receio de que os perseguissem, além da saca, que levava presa à sela, eram por si só factos muito estranhos. Estava quase certo de que acabavam de assaltar o Banco do velho Curty.
Colocou de novo as estacas no lugar devido. Se o xerife tinha partido em perseguição dos fugitivos, vinha com certeza com muita calma. Por fim, deu-se conta de que se aproximava e avistou-o à frente dos seus doze homens de confiança. Pararam à beira do rio e estudaram cuidadosamente o terreno.
-- Que fazes aqui, Buck? — perguntou, bruscamente, Lorton ao vê-lo.
Buck contou o sucedido e concluiu:
— Chegas um pouco tarde, Lorton.
O xerife respirou fundo. O seu rosto mostrava bem como tinha sido até então fácil a sua vida.
— Tive de me preparar, evidentemente.— replicou, evasivo. — Para onde fugiram depois de terem atravessado o rio?
— Perdi-os de vista. Talvez tenham ido para Turba.
Na realidade, não existia razão alguma para o supor, mas naquele momento não tinha a menor intenção de ajudar o xerife.
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