Tudo acontecera meses antes, em Agosto de 1865. Sidney Barton era o abandonado da família. Explorador infatigável no Oeste, recebera um dia o convite de seu irmão John para que assistisse ao seu casamento. E dirigira-se a Tuscalosa, no Alabama, onde estava a velha casa da família.
Mas ali não encontrara ninguém.
Bem, «ninguém», não.
Tinha encontrado o seu irmão John, agonizando por causa de duas balas nas costas.
John ainda pudera falar. Pudera dizer-lhe coisas importantes antes dos seus olhos se fecharem para sempre.
—Foi ela... Estrella Kurzon... ia casar-se comigo. Quando estávamos a sós disparou dois tiros pelas costas...
—Mas porquê? Porquê?
—Não... não sei.
Sidney Barton lembra-se de que tivera um gesto de angústia e passara a língua pelos lábios secos.
—John... Tu tinhas sorte nos negócios. Ê o dono da frota mais importante da rio Alabama... Os teus barcos transportam algodão de Montgomery até ao golfo do México e aos países do Sul. Fê-lo para te roubar? Que diabos pretendia?
—Levou... vinte mil dólares... Sidney.
—Então já tens o motivo.
—Não é isso...
—Juro-te que não te entendo, John. Engana-te, crava-te duas balas nas costas, leva vinte mil dólares, e ainda garantes que não o fez para te roubar?
—Podia ter levado... muito mais.
—Talvez não tivesse ocasião.
—Teve. Podia ter feito o que quisesse. Na vida dessa mulher há algo mais... Mas nunca me tinham enganado de uma maneira tão miserável. Dizia que me amava, Sidney... E disparou sobre mim a sangue frio... Jura-me... que me vingarás.
Os olhos de John fechavam-se. Sidney compreendeu que não podia perder muito tempo.
—Como se chama?
—Já to disse. Estrella Kurzon.
—Como é ela? Lembra-te que nunca a vi.
—É... muito bonita... Morena, com os olhos negros e tipo de mulher ardente, mexicana... Não está bem que eu diga isso... agora que vou morrer... Mas enlouquecia-me. Tu seguir-lhe-ás bem a pista, porque por onde passa todos os homens se fixam nela... quase sempre leva um vestido vermelho... e acompanham-na dois homens.
Todos estes dados tinham ficado cravados na mente de Sidney Barton.
Os olhos negros, o tipo de mulher ardente, o vestido vermelho... E os dois pistoleiros que a acompanhavam para a proteger.
Depois destas palavras teve que fechar os olhos do seu irmão.
John morrera.
Lá fora zumbiam as moscas e fazia um calor espantoso.
Tal como agora, um ano depois...
Mas ali não encontrara ninguém.
Bem, «ninguém», não.
Tinha encontrado o seu irmão John, agonizando por causa de duas balas nas costas.
John ainda pudera falar. Pudera dizer-lhe coisas importantes antes dos seus olhos se fecharem para sempre.
—Foi ela... Estrella Kurzon... ia casar-se comigo. Quando estávamos a sós disparou dois tiros pelas costas...
—Mas porquê? Porquê?
—Não... não sei.
Sidney Barton lembra-se de que tivera um gesto de angústia e passara a língua pelos lábios secos.
—John... Tu tinhas sorte nos negócios. Ê o dono da frota mais importante da rio Alabama... Os teus barcos transportam algodão de Montgomery até ao golfo do México e aos países do Sul. Fê-lo para te roubar? Que diabos pretendia?
—Levou... vinte mil dólares... Sidney.
—Então já tens o motivo.
—Não é isso...
—Juro-te que não te entendo, John. Engana-te, crava-te duas balas nas costas, leva vinte mil dólares, e ainda garantes que não o fez para te roubar?
—Podia ter levado... muito mais.
—Talvez não tivesse ocasião.
—Teve. Podia ter feito o que quisesse. Na vida dessa mulher há algo mais... Mas nunca me tinham enganado de uma maneira tão miserável. Dizia que me amava, Sidney... E disparou sobre mim a sangue frio... Jura-me... que me vingarás.
Os olhos de John fechavam-se. Sidney compreendeu que não podia perder muito tempo.
—Como se chama?
—Já to disse. Estrella Kurzon.
—Como é ela? Lembra-te que nunca a vi.
—É... muito bonita... Morena, com os olhos negros e tipo de mulher ardente, mexicana... Não está bem que eu diga isso... agora que vou morrer... Mas enlouquecia-me. Tu seguir-lhe-ás bem a pista, porque por onde passa todos os homens se fixam nela... quase sempre leva um vestido vermelho... e acompanham-na dois homens.
Todos estes dados tinham ficado cravados na mente de Sidney Barton.
Os olhos negros, o tipo de mulher ardente, o vestido vermelho... E os dois pistoleiros que a acompanhavam para a proteger.
Depois destas palavras teve que fechar os olhos do seu irmão.
John morrera.
Lá fora zumbiam as moscas e fazia um calor espantoso.
Tal como agora, um ano depois...
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