quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

PAS245. O sorriso encantador de uma jovem

Kaspar passou as rédeas do cavalo pela argola que pendia da branca parede do rancho. Sem se deter, subiu com um salto os degraus da escada que separava a porta principal e o solo. Ainda antes de ter batido, a porta abriu-se e a figura de Jenny surgiu nitidamente no limiar.
A rapariga sorria agora de uma maneira encantadora. De tal forma que o jovem hesitou profundamente na coerência dos seus pensamentos e parecia-lhe terrivelmente difícil conceber a ideia de que Jenny, aquela encantadora Jenny, fosse a mesma que assassinara Mackenna e o agredira por duas vezes. Mas tinha traçado uma linha de conduta a seguir e, apelando para toda a sua coragem, não quis desviar-se nem um milímetro.
- Que surpresa tão agradável, senhor Graham – exclamou Jenny, melifluamente. – A que devo a honra da sua visita? Enfastiou-se já do seu cargo de xerife?
Kaspar franziu ameaçadoramente a testa ao olhar para a bela rapariga que tinha diante de si. Achava-a mais fascinante do que nunca, especialmente naqueles momentos em que tinha abandonado a sua habitual atitude de seriedade exagerada e, no seu íntimo, desejou encontrar uma desculpa que lhe permitisse iludir a finalidade da tarefa que ali o trouxera. Mas não. Não podia haver uma desculpa. Se hesitasse…
- Exatamente devido ao cargo é que venho aqui, «senhorita» Scott-Dunstan, Lamento…
- Ah! Sim?
- De certeza, senhorita. Falando de uma vez por todas, dir-lhe-ei que venho para levá-la presa como suspeita de ter assassinado, a sangue-frio, o seu capataz Robert Mackenna!
(Coleção Arizona, nº 53)

Sem comentários:

Enviar um comentário