O rancho estava afastado, na planície. Era apenas um pontinho de luz no fundo do vale, entre as colinas suaves.
Compunha-se de um único edifício.
Devia ser um rancho pobre, como tantos e tantos dos que se fundaram no Texas e, por uma causa ou por outra não conseguiram prosperar. Talvez pelas «razias» dos bandidos? Talvez pela falta de mão de obra?
Kent, do alto da colina, contemplou-o.
Há dois dias que galopava quase sem cessar, evitando os lugares habitados e sem ter pregado olho com medo de ser surpreendido. Suspeitava, e com bastante fundamento, que os vizinhos da última povoação onde deixara quatro mortes, teriam reagido por fim e organizado uma tropa bem armada para o caçarem.
Até agora não o tinham conseguido. Kent continuava livre e sem vestígio de perseguidores por nenhum lado do horizonte.
Mas aquela situação não podia continuar. Estava exausto.
Depois de dois dias em que não provara nada e em que não se mexera praticamente da sela, mal se sustinha. Tremiam-lhe os joelhos, nubla4a-se-lhe a vista e cada vez que desciam uma encosta, tinha a sensação de ir cair do cavalo. Quanto a este, tropeçava já com todas as pedras, sinal evidente que ia cair sem forças em qualquer momento.
Kent respirou, portanto, com alívio, ao ver a luzinha.
Estava ali a sua salvação.
Tocou suavemente os flancos do cavalo e este empreendeu a descida com mais rapidez que se poderia esperar. Parecia ter cheirado palha fresca e o suave calorzinho da cavalariça. Mas Kent sabia que o cavalo ia ter um desengano, se é que os 'cavalos sentem essas coisas. Porque não podiam fica ali a passar a noite, expondo-se a ser reconhecido. O seu piano consistia em roubar um pouco de comida e afastar-se o mais depressa possível, para passar a noite num dos bosques que se divisavam no horizonte, à direita, confundindo-se quase com a bruma do entardecer.
Kent fez um rodeio, fingindo que se afastava do rancho, no caso de alguém o ter visto.
Mas quando os altos arbustos que havia no fundo da ravina o ocultaram por completo, desceu do cavalo e esperou que anoitecesse de todo. Depois, certo de não chamar a atenção, deixou que o cavalo pastasse e ele aproximou-se a pé do rancho, silenciosamente.
Não se ouvia um ruído. Nem sequer o murmúrio do vento na superfície. Estava tudo estranhamente quieto.
Pelos vistos os peões do rancho recolhiam muito tarde, ou, quem sabe, estariam a conduzir o gado para o norte, embora habitualmente não fosse aquela a época.
Kent chegou em frente do edifício que se encontrava em bom estado e parecia muito limpo. Anexo havia um pequeno estábulo onde se ouviu relinchar um cavalo. Foi o animal o único que notou aquela presença estranha. Mais ninguém.
As salas estavam às escuras. Uma das janelas de guilhotina estava mal fechada. Kent pôde levantá-la facilmente.
Entrou.
Viu que a sala onde estava era precisamente a sala de jantar. Havia umas quantas cadeiras de madeira com confortáveis almofadas bordadas à mão, uma grande chaminé apagada, uma mesa grande e um armário com gavetas onde se devia guardar a roupa em uso e, além disso, provavelmente, a comida que os habitantes daquela casa pensariam comer a seguir.
Abriu uma das gavetas e, com efeito, viu pão. Pão macio e morno, tirado do forno poucas horas antes. Mas não era só isso; havia também toucinho recém-partido e um cesto com fruta. Tudo aquilo tinha um aroma já não só apetitoso, mas sim irresistível para um homem que havia dois d. s não provara nada.
Kent pegou no pão, numas fatias de toucinho e em algumas peças de fruta. Tudo, nos o pão, começou a guardar rapidamente nos bolsos. Para isso, naturalmente, teve que descuidar todas as precauções.
E foi então que ouviu aquela voz:
—Quieto ou deixo-o seco aqui mesmo.
Kent conteve a respiração. Era uma voz de mulher.
Compunha-se de um único edifício.
Devia ser um rancho pobre, como tantos e tantos dos que se fundaram no Texas e, por uma causa ou por outra não conseguiram prosperar. Talvez pelas «razias» dos bandidos? Talvez pela falta de mão de obra?
Kent, do alto da colina, contemplou-o.
Há dois dias que galopava quase sem cessar, evitando os lugares habitados e sem ter pregado olho com medo de ser surpreendido. Suspeitava, e com bastante fundamento, que os vizinhos da última povoação onde deixara quatro mortes, teriam reagido por fim e organizado uma tropa bem armada para o caçarem.
Até agora não o tinham conseguido. Kent continuava livre e sem vestígio de perseguidores por nenhum lado do horizonte.
Mas aquela situação não podia continuar. Estava exausto.
Depois de dois dias em que não provara nada e em que não se mexera praticamente da sela, mal se sustinha. Tremiam-lhe os joelhos, nubla4a-se-lhe a vista e cada vez que desciam uma encosta, tinha a sensação de ir cair do cavalo. Quanto a este, tropeçava já com todas as pedras, sinal evidente que ia cair sem forças em qualquer momento.
Kent respirou, portanto, com alívio, ao ver a luzinha.
Estava ali a sua salvação.
Tocou suavemente os flancos do cavalo e este empreendeu a descida com mais rapidez que se poderia esperar. Parecia ter cheirado palha fresca e o suave calorzinho da cavalariça. Mas Kent sabia que o cavalo ia ter um desengano, se é que os 'cavalos sentem essas coisas. Porque não podiam fica ali a passar a noite, expondo-se a ser reconhecido. O seu piano consistia em roubar um pouco de comida e afastar-se o mais depressa possível, para passar a noite num dos bosques que se divisavam no horizonte, à direita, confundindo-se quase com a bruma do entardecer.
Kent fez um rodeio, fingindo que se afastava do rancho, no caso de alguém o ter visto.
Mas quando os altos arbustos que havia no fundo da ravina o ocultaram por completo, desceu do cavalo e esperou que anoitecesse de todo. Depois, certo de não chamar a atenção, deixou que o cavalo pastasse e ele aproximou-se a pé do rancho, silenciosamente.
Não se ouvia um ruído. Nem sequer o murmúrio do vento na superfície. Estava tudo estranhamente quieto.
Pelos vistos os peões do rancho recolhiam muito tarde, ou, quem sabe, estariam a conduzir o gado para o norte, embora habitualmente não fosse aquela a época.
Kent chegou em frente do edifício que se encontrava em bom estado e parecia muito limpo. Anexo havia um pequeno estábulo onde se ouviu relinchar um cavalo. Foi o animal o único que notou aquela presença estranha. Mais ninguém.
As salas estavam às escuras. Uma das janelas de guilhotina estava mal fechada. Kent pôde levantá-la facilmente.
Entrou.
Viu que a sala onde estava era precisamente a sala de jantar. Havia umas quantas cadeiras de madeira com confortáveis almofadas bordadas à mão, uma grande chaminé apagada, uma mesa grande e um armário com gavetas onde se devia guardar a roupa em uso e, além disso, provavelmente, a comida que os habitantes daquela casa pensariam comer a seguir.
Abriu uma das gavetas e, com efeito, viu pão. Pão macio e morno, tirado do forno poucas horas antes. Mas não era só isso; havia também toucinho recém-partido e um cesto com fruta. Tudo aquilo tinha um aroma já não só apetitoso, mas sim irresistível para um homem que havia dois d. s não provara nada.
Kent pegou no pão, numas fatias de toucinho e em algumas peças de fruta. Tudo, nos o pão, começou a guardar rapidamente nos bolsos. Para isso, naturalmente, teve que descuidar todas as precauções.
E foi então que ouviu aquela voz:
—Quieto ou deixo-o seco aqui mesmo.
Kent conteve a respiração. Era uma voz de mulher.
Como que eu faço para ler os livros?
ResponderEliminarBoa noite, Pedro.
EliminarDeste livro, só disponho de algumas passagens que são as publicadas neste blog.
Saudações
Lobo Sentado
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarObrigado meu amigo, do autor Donald Curtis você tem algum livro completo?
EliminarBom dia, Pedro.
EliminarVocê encontra livros inteiros no Novelas do Oeste Distante e é verdade que tenho lá um ou dois do Donald Curtis. Por exemplo, este: https://novelas-oeste.blogspot.pt/2016/01/nod034-o-colt-dita-sentenca.html.
Saudações
Lobo Sentado