King parou o cavalo ante a barraca da rapariga. la levá-la na garupa, segundo o costume do Texas. O insulto feito na véspera por aquele Jack dava-lhe maior coragem e desejava desafiar toda a gente, mostrando-se em público com a jovem. Era corrente em toda a parte enfurecerem-se quando um forasteiro vinha cortejar a rapariga mais bonita da terra, mas não era costume insultá-la a ela. Queria ver se depois do que acontecera Jack alguém mais se atrevia a fazer o mesmo.
Apeou-se tirando: o chapéu, e bateu à porta. Esta abriu-se e Hazel, timidamente, apareceu exibindo o vestido novo, e sobre os ombros um xale antigo. O ligeiro decote deixava a descoberto o pescoço bem modelado e mangas curtas, em forma de globo, mostravam os braços bem torneados, parcialmente ocultos em longas luvas.
King estremeceu. Não havia no mundo mulher tão formosa como aquela. Sorriu inclinando-se:
—Todos vão invejar-me.
Ajudou-a a montar na garupa do cavalo, e partiu a trote. Hazel reclinou-se sobre o seu ombro, fechando os lhos. Era tão feliz, que não queria pensar no que se avizinhava.
Apeou-se tirando: o chapéu, e bateu à porta. Esta abriu-se e Hazel, timidamente, apareceu exibindo o vestido novo, e sobre os ombros um xale antigo. O ligeiro decote deixava a descoberto o pescoço bem modelado e mangas curtas, em forma de globo, mostravam os braços bem torneados, parcialmente ocultos em longas luvas.
King estremeceu. Não havia no mundo mulher tão formosa como aquela. Sorriu inclinando-se:
—Todos vão invejar-me.
Ajudou-a a montar na garupa do cavalo, e partiu a trote. Hazel reclinou-se sobre o seu ombro, fechando os lhos. Era tão feliz, que não queria pensar no que se avizinhava.
***
O baile estava no seu apogeu. A decoração era tal como a imaginara a jovem. Todos dançavam alegremente, procurando os seus pares e divertindo-se. As raparigas ostentavam os seus vestidos mais elegantes, e os homens, ataviados com as suas jaquetas, andavam dum lado para o outro, bebendo e conversando.
De repente alguém exclamou:
— Olha quem entra!
Um grupo de raparigas voltou-se para a porta, abrindo a boca de espanto. Todos os restantes olharam par o mesmo sítio, estupefactos, e sem compreenderem co aquilo era possível.
Hazel, timidamente, mas sem baixar a cabeça, entrava na sala, acompanhada por King Lorringer. Um murmúrio de assombro se ergueu à volta dos recém-chegados, como se a sua presença despertasse os mais vivo comentários.
King percorreu com o olhar os grupos que os fitavam, de maneira tal que os obrigou a baixarem a cabeça. Na mente de todos, estava presente o trágico fim de Jack.
A orquestra iniciou os primeiros compassos de «Lorena» e os pares começaram a dançar. King voltou-para a rapariga, prevenindo:
— Vamos dançar?
A rapariga, com um sorriso, aquiesceu. O jovem enlaçou-a pela cintura agarrando-lhe uma das mãos, enquanto ela segurava a saia, para iniciar a antiga valsa sudista, divulgada por todo o país.
Lorringer, enquanto dançava, sentia o corpo da seu par nos braços. Tinha-a tão perto que, com um simples movimento de cabeça, a poderia beijar. Sentia o perfume da sua pele, e os cabelos roçavam-lhe na cara. Entre os dedos, tinha a mão de Hazel. Não, não podia separar-se dela, e teria de lhe falar quanto antes, para que ela fosse sua esposa.
Hazel cerrou os olhos. A música soava placidamente aos seus ouvidos, adormecendo-a e desligando-a da realidade, da dura realidade do seu mundo. Ele estava a seu lado, e sentia-se feliz. Não queria despertar nem separar-se daquele homem. Mas não queria pensar no futuro. Agora notava o que nunca quisera confessar a si própria: amava-o! Era aquela a razão porque se sentia bem a seu lado, porque não o despedira, e porque fora ao baile. Sentia em volta da sua cintura o braço forte do vaqueiro, como se a protegesse. Não tinha medo, nem lhe interessava nada.
Era feliz.
A assistência via-os dançar intrigada. Como era possível, diziam, que ela se atrevesse a expor-se à vergonha pública? Mas o relato do sucedido com Jack fazia-os ser prudentes. Aquele homem era perigoso. Bastava vê-lo para o compreender, e Jack cometera o erra de confiar demasiado em si mesmo.
Todavia, um grupo de vaqueiros que se encontrava junto à mesa, bebendo ponche, pensava de maneira diferente. Sentiam-se ofendidos por aquela rapariga ter ido à festa, e enchiam-nos de coragem os comentários agrestes das outras raparigas, mordidas de inveja.
Um dos vaqueiros, Gilberte, bebera demasiado, e o álcool fazia-o sonhar com grandes empresas e rasgos de valentia. Mordendo a ponta do charuto que fumava, exclamou:
—Vou dizer duas coisas a Hazel.
Sentia-se bastante seguro, porque o jovem vaqueiro do Texas não levava revólver porque, como todos os convidados, teve de o depositar à entrada. Gilberte pôs-se a andar, inchado de vaidade, por se sentir alva de atenções gerais.
Entretanto, Hazel conversava com King, que puxara por um charuto e se dispunha a fumar.
—És a mais linda da festa; por isso todos me olham com inveja — dizia Lorringer à rapariga.
Ela sorria, feliz, sem querer recordar a tragédia da sua vida. De repente foram surpreendidos por um estranho silêncio feito à sua volta. King voltou-se e viu Gilberte que, muito perto e mastigando o charuto, se dispunha a agarrar Hazel ver um braço. King percebeu a tempo a intenção e, antes do vaqueiro intervir, pôs-se à frente, fitando-o com frieza. Depois estendeu a mão e tirou-lhe da boca o charuto que o outro fumava:
— Obrigado, ia pedir-lhe lume...
Chegou o charuto aceso ao seu, sem deixar de olhar para o atónito Gilberte, e depois devolveu-lho.
--Obrigado rapaz. Agora vamos dançar.
Os seus olhos claros contemplavam com dureza o vaqueiro que compreendeu a ameaça, apesar do álcool que lhe turvava a cabeça. Percebeu muito bem que, se tentasse tocar na rapariga, seria um homem morto.
Baixou a cabeça saindo da sala, enquanto Hazel, nos braços de King, se deixava embalar pelas notas da orquestra.
De repente alguém exclamou:
— Olha quem entra!
Um grupo de raparigas voltou-se para a porta, abrindo a boca de espanto. Todos os restantes olharam par o mesmo sítio, estupefactos, e sem compreenderem co aquilo era possível.
Hazel, timidamente, mas sem baixar a cabeça, entrava na sala, acompanhada por King Lorringer. Um murmúrio de assombro se ergueu à volta dos recém-chegados, como se a sua presença despertasse os mais vivo comentários.
King percorreu com o olhar os grupos que os fitavam, de maneira tal que os obrigou a baixarem a cabeça. Na mente de todos, estava presente o trágico fim de Jack.
A orquestra iniciou os primeiros compassos de «Lorena» e os pares começaram a dançar. King voltou-para a rapariga, prevenindo:
— Vamos dançar?
A rapariga, com um sorriso, aquiesceu. O jovem enlaçou-a pela cintura agarrando-lhe uma das mãos, enquanto ela segurava a saia, para iniciar a antiga valsa sudista, divulgada por todo o país.
Lorringer, enquanto dançava, sentia o corpo da seu par nos braços. Tinha-a tão perto que, com um simples movimento de cabeça, a poderia beijar. Sentia o perfume da sua pele, e os cabelos roçavam-lhe na cara. Entre os dedos, tinha a mão de Hazel. Não, não podia separar-se dela, e teria de lhe falar quanto antes, para que ela fosse sua esposa.
Hazel cerrou os olhos. A música soava placidamente aos seus ouvidos, adormecendo-a e desligando-a da realidade, da dura realidade do seu mundo. Ele estava a seu lado, e sentia-se feliz. Não queria despertar nem separar-se daquele homem. Mas não queria pensar no futuro. Agora notava o que nunca quisera confessar a si própria: amava-o! Era aquela a razão porque se sentia bem a seu lado, porque não o despedira, e porque fora ao baile. Sentia em volta da sua cintura o braço forte do vaqueiro, como se a protegesse. Não tinha medo, nem lhe interessava nada.
Era feliz.
A assistência via-os dançar intrigada. Como era possível, diziam, que ela se atrevesse a expor-se à vergonha pública? Mas o relato do sucedido com Jack fazia-os ser prudentes. Aquele homem era perigoso. Bastava vê-lo para o compreender, e Jack cometera o erra de confiar demasiado em si mesmo.
Todavia, um grupo de vaqueiros que se encontrava junto à mesa, bebendo ponche, pensava de maneira diferente. Sentiam-se ofendidos por aquela rapariga ter ido à festa, e enchiam-nos de coragem os comentários agrestes das outras raparigas, mordidas de inveja.
Um dos vaqueiros, Gilberte, bebera demasiado, e o álcool fazia-o sonhar com grandes empresas e rasgos de valentia. Mordendo a ponta do charuto que fumava, exclamou:
—Vou dizer duas coisas a Hazel.
Sentia-se bastante seguro, porque o jovem vaqueiro do Texas não levava revólver porque, como todos os convidados, teve de o depositar à entrada. Gilberte pôs-se a andar, inchado de vaidade, por se sentir alva de atenções gerais.
Entretanto, Hazel conversava com King, que puxara por um charuto e se dispunha a fumar.
—És a mais linda da festa; por isso todos me olham com inveja — dizia Lorringer à rapariga.
Ela sorria, feliz, sem querer recordar a tragédia da sua vida. De repente foram surpreendidos por um estranho silêncio feito à sua volta. King voltou-se e viu Gilberte que, muito perto e mastigando o charuto, se dispunha a agarrar Hazel ver um braço. King percebeu a tempo a intenção e, antes do vaqueiro intervir, pôs-se à frente, fitando-o com frieza. Depois estendeu a mão e tirou-lhe da boca o charuto que o outro fumava:
— Obrigado, ia pedir-lhe lume...
Chegou o charuto aceso ao seu, sem deixar de olhar para o atónito Gilberte, e depois devolveu-lho.
--Obrigado rapaz. Agora vamos dançar.
Os seus olhos claros contemplavam com dureza o vaqueiro que compreendeu a ameaça, apesar do álcool que lhe turvava a cabeça. Percebeu muito bem que, se tentasse tocar na rapariga, seria um homem morto.
Baixou a cabeça saindo da sala, enquanto Hazel, nos braços de King, se deixava embalar pelas notas da orquestra.
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