King parou o seu cavalo e olhou para o longe, onde se erguia Nova Salomão. Não era difícil reconhecer a vila, na extensa planície verde e cinzenta.
Acariciou o queixo, perguntando a si próprio o que diria à rapariga. Durante todo o trajeto desde Dodge City, não fizera outra coisa senão pensar nela, sem saber o que iria dizer-lhe.
Agora, esse problema apresentava-se com a maior importância. Não podia chegar ao pé dela e dizer lhe que vinha procurá-la para a tirar da miséria. Aquela rapariga, cujo nome ignorava, podia interpretá-lo mal e ofender-se.
Continuou o seu caminho, procurando uma solução. Só então pensou que tudo aquilo era uma doidice, e que o melhor era regressar a Santo António com a equipa e continuar a trabalhar.
A vila já estava perto. Os lavradores e cavaleiros que ali viviam olharam-no com pouca simpatia. Tudo nele denunciava o Texas; desde a sela do cavalo, até à maneira como usava o chapéu inclinado ao lado. Isto não podia agradar-lhes, visto recordarem muito bem as incursões dos guerrilheiros texanos e, além disso, o quarto regimento do Kansas encontrava-se em Gettyaburg, quando Hood com os homens do Texas tinham leito a sua famosa carga.
King atravessou a povoação dirigindo-se para o hotel onde pensava hospedar-se. Os desempregados da vila, sempre atentos a qualquer novidade, e os comerciantes das proximidades, observaram que um texano entrara em. Nova Salomão. Não eram muitos os forasteiros que ali aportavam e por isso cada um constituía motivo para quebrar a monotonia da vida local.
Uma das raparigas que o contemplavam informou a sua amiga mais íntima que se encontrava ao lado naquele momento:
— Este cavaleiro que acaba de chegar, pertencia à equipa de vaqueiros do Texas que aqui esteve há umas semanas.
A outra abriu os olhos.
— Tens a certeza?
—Evidentemente — fez uma pausa e acrescentou: — Porque terá ele voltado?
Muito alheio aos comentários que o seu regresso provocara, King encaminhou-se para o seu quarto, onde arrumou a bagagem. Estava nervoso e inquieto. Não sabia como havia de entrevistar-se com a jovem, nem o que lhe diria.
Mas, visto encontrar-se na terra, o melhor era ir vê-la quanto antes. Havia de saber convencê-la de que não pretendia ofendê-la.
Por um momento, ficou silencioso, contemplando pela janela a árida paisagem do Kansas, diferente do seu Texas natal. Era curioso como uns olhos verdes, cheios de tristeza, e um sorriso, que iluminava um semblante, podiam gravar-se no coração dum homem.
Pegou no chapéu e saiu para a rua. Notou os olhares de hostilidade que lhe dirigiam alguns dos ociosos e vários vaqueiros, que se reuniram à porta do «saloon».
Nada disto o preocupava. A violência e as lutas andavam sempre em redor dos texanos e eles aceitavam essa situação como uma prova da sua personalidade.
Pôs-se a andar retinindo as esporas, e sem olhar para aqueles que o contemplavam com tanta insistência.
Seguiu pelo mesmo caminho aberto pelas rodas dos carros, e pelas pegadas das manadas que percorriam aquelas terras. No fim, encontraria a barraca da rapariga, e falar-lhe-ia.
Avançou muito tranquilo aparentemente, mas sentindo o coração bater com mais força. Como o receberia ela? Aceitaria as suas desculpas? Nem sequer sabia o seu nome.
De repente, avistou a barraca, solitária, isolada de todas as outras. Parou um momento a contemplá-la. Estaria ela em casa?
Sentia ter feito um disparate. Nada sabia -daquela mulher, e podia muito bem ter noivo ou marido. O seu pai ou os seus irmãos podiam interpretar mal a sua visita.
Mas era já tarde para se arrepender. Ao examinar a barraca, viu a rapariga a trabalhar na terra, com as ferramentas de cabo comprido, utilizadas no Kansas. Sorriu ao vê-la.
Não, francamente, não havia sobre a Terra mulher mais formosa e, pelo que supunha, mais infeliz. Falar com sinceridade, sem subterfúgios, à maneira do Texas.
Hazel parou um momento, para respirar. Estava muito cansada, mas não podia parar. Urgia concluir depressa para começar o trabalho que trouxera da vila.
A rapariga já nada esperava. Aqueles dois anos tinham acabado com todas as suas esperanças, e aos dezanove anos considerava a sua vida acabada. Seria sempre a mesma coisa. Estaria sempre só, completamente só. O seu pai nada sabia, e ela portanto, não podia desabafar com ele. Mas imaginava o seu desespero quando o pai morresse.
Empunhou com mais firmeza a ferramenta e dispôs-se a continuar o trabalho.
De repente, uma voz, de suave entoação, cumprimentou:
— Bons dias, menina.
Surpreendida, voltou-se e viu um cavaleiro que, encostado ao muro que rodeava a sua pequena propriedade, a contemplava sorrindo e com o chapéu na mão. Nem a sua figura, nem o fato eram da região. Além disso. aquela maneira de falar denunciava o sotaque do Texas.
Hazel olhou para ele, aborrecida pelo atrevimento daquele homem. que lhe falava e, então, reconheceu-o. Era aquele vaqueiro galhardo e bem apresentado, que um dia tinha passado com uma equipa em Nova Salomão.
Também ele julgara, como toda a gente, que se lhe podia faltar ao respeito facilmente. O seu rosto entristeceu-se e ia voltar-lhe as costas, quando o cavaleiro disse, em tom sério e amável:
— Menina, permite-me uma palavra?
Aquela maneira de falar não era a de quem pretende cometer uma grosseria. Por isso, esperou que ele continuasse.
King, com o chapéu na mão, rogou:
— Dê-me licença que entre, menina. Falaremos mais à vontade.
Não parecia uma desculpa. Havia uma pronunciada sinceridade nas suas palavras. Não se notava nelas nem súplica, nem simulação. Falava com sinceridade e com hombridade, mas duma maneira simples. Hazel, um pouco intrigada, querendo saber o que ele pretendia, aproximou-se do muro, dizendo:
—Não é preciso entrar. Podemos falar aqui.
Lorringer contemplou-a extasiado. As suas recordações não o enganavam. Era muito formosa e aquela expressão de tristeza parecia vir do mais profundo do seu coração.
Ela, pelo seu lado, analisou-o mais atentamente, embora não quisesse demonstrá-lo. Era bem-parecido e simpático. No seu rosto, curtido pelo sol, notava-se uma expressão de sinceridade e de audácia que, todavia, não ofendia uma mulher.
--- Que deseja? — inquiriu a rapariga.
King sorriu.
— Há uns dias, quando a minha equipa passou por aqui, eu fiz qualquer coisa, involuntariamente, que me pareceu aborrecê-la. Venho apresentar-lhe as minhas desculpas.
Hazel fitou-o, atónita.
—Veio só para isso? Para mais nada?
King assentiu.
— Sim, só por isso. Não gosto de ofender as mulheres, e como não era minha intenção ofendê-la, embora pareça tê-lo feito, quero que me perdoe. E acrescentar, mais uma vez, que não quis ofendê-la. Reconheço todavia que procedi mal.
Hazel não sabia o que havia de responder. Tanta gente a ofendera, rindo depois e contando a façanha a toda a gente! Olhou-o de novo, para se certificar se ele troçava, ou se as suas palavras ocultavam outra intenção. Não lhe parecia. Tanto no seu rosto como na entoação, notava-se a mais completa sinceridade.
— Podia tê-lo dito então — exclamou a rapariga.
Lorringer sorriu:
— Foi-me impossível. Quando nos separámos, a equipa marchou para Dodge City, e até lá não pude libertar-me. Acabo de chegar à vila.
Ninguém podia, portanto, ter-lhe contado o que dela se dizia. Uma profunda gratidão por aquele cavaleiro galante e atrevido nasceu no coração da rapariga. Não a tratavam assim há muito tempo. Fitou-o por um momento e perguntou de novo:
— Mas porque faz isto, se eu sou uma desconhecida para si?
Lorringer encolheu os ombros.
—No Texas, perseguimos a tiro quem ofenda uma mulher. Parece-me, pois, imperdoável fazer urna coisa semelhante.
Hazel baixou a cabeça, para ocultar as lágrimas que lhe afloravam aos olhos. Conteve-as o melhor que pôde e sorriu.
— Não precisava incomodar-se. De qualquer maneira, agradeço-lhe a gentileza.
— E julga que para a ver sorrir não valia a pena atravessar novamente a rota do Texas e expor-me a todos os perigos que ali possa haver? — e, a seguir, acrescentou: — Chamo-me King Lorringer.
— Hazel Morrison.
— Hazel…— repetiu o jovem. — É um nome precioso.
Ela agradeceu o cumprimento e disse:
— Não quero que por minha causa atrase a sua viagem para o Texas.
Lorringer abanou a cabeça.
— Não, não atrasa. Decidi passar aqui algum tempo. Gosto destes sítios e passarei aqui uns dias. — Depois fez uma pausa e acrescentou: — Poderei vir vê-la amanhã?
A rapariga ficou surpreendida, sem saber o que responder. Vê-la? Pretenderia aproximar-se dela como tentara Frank Ruthford? Não, não podia ser, porque acabariam por o assassinar.
Porém, não teve força para recusar em absoluto e exclamou:
—É que eu vivo só e...
King sorriu por sua vez.
— Já não está só. Eu serei seu amigo para tudo quanto precisar.
Levou o chapéu ao peito, e começou a andar em direção à vila, retinindo as esporas. Hazel viu-o partir. Tinha muito medo. Tinha a certeza de que, tarde ou cedo. seria a causa da morte daquele homem. Mas como detê-lo? No dia seguinte, não sairia ao seu encontro e, além disso, procuraria afastá-lo da sua casa.
Era para seu bem, ao fim e ao cabo.
Acariciou o queixo, perguntando a si próprio o que diria à rapariga. Durante todo o trajeto desde Dodge City, não fizera outra coisa senão pensar nela, sem saber o que iria dizer-lhe.
Agora, esse problema apresentava-se com a maior importância. Não podia chegar ao pé dela e dizer lhe que vinha procurá-la para a tirar da miséria. Aquela rapariga, cujo nome ignorava, podia interpretá-lo mal e ofender-se.
Continuou o seu caminho, procurando uma solução. Só então pensou que tudo aquilo era uma doidice, e que o melhor era regressar a Santo António com a equipa e continuar a trabalhar.
A vila já estava perto. Os lavradores e cavaleiros que ali viviam olharam-no com pouca simpatia. Tudo nele denunciava o Texas; desde a sela do cavalo, até à maneira como usava o chapéu inclinado ao lado. Isto não podia agradar-lhes, visto recordarem muito bem as incursões dos guerrilheiros texanos e, além disso, o quarto regimento do Kansas encontrava-se em Gettyaburg, quando Hood com os homens do Texas tinham leito a sua famosa carga.
King atravessou a povoação dirigindo-se para o hotel onde pensava hospedar-se. Os desempregados da vila, sempre atentos a qualquer novidade, e os comerciantes das proximidades, observaram que um texano entrara em. Nova Salomão. Não eram muitos os forasteiros que ali aportavam e por isso cada um constituía motivo para quebrar a monotonia da vida local.
Uma das raparigas que o contemplavam informou a sua amiga mais íntima que se encontrava ao lado naquele momento:
— Este cavaleiro que acaba de chegar, pertencia à equipa de vaqueiros do Texas que aqui esteve há umas semanas.
A outra abriu os olhos.
— Tens a certeza?
—Evidentemente — fez uma pausa e acrescentou: — Porque terá ele voltado?
Muito alheio aos comentários que o seu regresso provocara, King encaminhou-se para o seu quarto, onde arrumou a bagagem. Estava nervoso e inquieto. Não sabia como havia de entrevistar-se com a jovem, nem o que lhe diria.
Mas, visto encontrar-se na terra, o melhor era ir vê-la quanto antes. Havia de saber convencê-la de que não pretendia ofendê-la.
Por um momento, ficou silencioso, contemplando pela janela a árida paisagem do Kansas, diferente do seu Texas natal. Era curioso como uns olhos verdes, cheios de tristeza, e um sorriso, que iluminava um semblante, podiam gravar-se no coração dum homem.
Pegou no chapéu e saiu para a rua. Notou os olhares de hostilidade que lhe dirigiam alguns dos ociosos e vários vaqueiros, que se reuniram à porta do «saloon».
Nada disto o preocupava. A violência e as lutas andavam sempre em redor dos texanos e eles aceitavam essa situação como uma prova da sua personalidade.
Pôs-se a andar retinindo as esporas, e sem olhar para aqueles que o contemplavam com tanta insistência.
Seguiu pelo mesmo caminho aberto pelas rodas dos carros, e pelas pegadas das manadas que percorriam aquelas terras. No fim, encontraria a barraca da rapariga, e falar-lhe-ia.
Avançou muito tranquilo aparentemente, mas sentindo o coração bater com mais força. Como o receberia ela? Aceitaria as suas desculpas? Nem sequer sabia o seu nome.
De repente, avistou a barraca, solitária, isolada de todas as outras. Parou um momento a contemplá-la. Estaria ela em casa?
Sentia ter feito um disparate. Nada sabia -daquela mulher, e podia muito bem ter noivo ou marido. O seu pai ou os seus irmãos podiam interpretar mal a sua visita.
Mas era já tarde para se arrepender. Ao examinar a barraca, viu a rapariga a trabalhar na terra, com as ferramentas de cabo comprido, utilizadas no Kansas. Sorriu ao vê-la.
Não, francamente, não havia sobre a Terra mulher mais formosa e, pelo que supunha, mais infeliz. Falar com sinceridade, sem subterfúgios, à maneira do Texas.
Hazel parou um momento, para respirar. Estava muito cansada, mas não podia parar. Urgia concluir depressa para começar o trabalho que trouxera da vila.
A rapariga já nada esperava. Aqueles dois anos tinham acabado com todas as suas esperanças, e aos dezanove anos considerava a sua vida acabada. Seria sempre a mesma coisa. Estaria sempre só, completamente só. O seu pai nada sabia, e ela portanto, não podia desabafar com ele. Mas imaginava o seu desespero quando o pai morresse.
Empunhou com mais firmeza a ferramenta e dispôs-se a continuar o trabalho.
De repente, uma voz, de suave entoação, cumprimentou:
— Bons dias, menina.
Surpreendida, voltou-se e viu um cavaleiro que, encostado ao muro que rodeava a sua pequena propriedade, a contemplava sorrindo e com o chapéu na mão. Nem a sua figura, nem o fato eram da região. Além disso. aquela maneira de falar denunciava o sotaque do Texas.
Hazel olhou para ele, aborrecida pelo atrevimento daquele homem. que lhe falava e, então, reconheceu-o. Era aquele vaqueiro galhardo e bem apresentado, que um dia tinha passado com uma equipa em Nova Salomão.
Também ele julgara, como toda a gente, que se lhe podia faltar ao respeito facilmente. O seu rosto entristeceu-se e ia voltar-lhe as costas, quando o cavaleiro disse, em tom sério e amável:
— Menina, permite-me uma palavra?
Aquela maneira de falar não era a de quem pretende cometer uma grosseria. Por isso, esperou que ele continuasse.
King, com o chapéu na mão, rogou:
— Dê-me licença que entre, menina. Falaremos mais à vontade.
Não parecia uma desculpa. Havia uma pronunciada sinceridade nas suas palavras. Não se notava nelas nem súplica, nem simulação. Falava com sinceridade e com hombridade, mas duma maneira simples. Hazel, um pouco intrigada, querendo saber o que ele pretendia, aproximou-se do muro, dizendo:
—Não é preciso entrar. Podemos falar aqui.
Lorringer contemplou-a extasiado. As suas recordações não o enganavam. Era muito formosa e aquela expressão de tristeza parecia vir do mais profundo do seu coração.
Ela, pelo seu lado, analisou-o mais atentamente, embora não quisesse demonstrá-lo. Era bem-parecido e simpático. No seu rosto, curtido pelo sol, notava-se uma expressão de sinceridade e de audácia que, todavia, não ofendia uma mulher.
--- Que deseja? — inquiriu a rapariga.
King sorriu.
— Há uns dias, quando a minha equipa passou por aqui, eu fiz qualquer coisa, involuntariamente, que me pareceu aborrecê-la. Venho apresentar-lhe as minhas desculpas.
Hazel fitou-o, atónita.
—Veio só para isso? Para mais nada?
King assentiu.
— Sim, só por isso. Não gosto de ofender as mulheres, e como não era minha intenção ofendê-la, embora pareça tê-lo feito, quero que me perdoe. E acrescentar, mais uma vez, que não quis ofendê-la. Reconheço todavia que procedi mal.
Hazel não sabia o que havia de responder. Tanta gente a ofendera, rindo depois e contando a façanha a toda a gente! Olhou-o de novo, para se certificar se ele troçava, ou se as suas palavras ocultavam outra intenção. Não lhe parecia. Tanto no seu rosto como na entoação, notava-se a mais completa sinceridade.
— Podia tê-lo dito então — exclamou a rapariga.
Lorringer sorriu:
— Foi-me impossível. Quando nos separámos, a equipa marchou para Dodge City, e até lá não pude libertar-me. Acabo de chegar à vila.
Ninguém podia, portanto, ter-lhe contado o que dela se dizia. Uma profunda gratidão por aquele cavaleiro galante e atrevido nasceu no coração da rapariga. Não a tratavam assim há muito tempo. Fitou-o por um momento e perguntou de novo:
— Mas porque faz isto, se eu sou uma desconhecida para si?
Lorringer encolheu os ombros.
—No Texas, perseguimos a tiro quem ofenda uma mulher. Parece-me, pois, imperdoável fazer urna coisa semelhante.
Hazel baixou a cabeça, para ocultar as lágrimas que lhe afloravam aos olhos. Conteve-as o melhor que pôde e sorriu.
— Não precisava incomodar-se. De qualquer maneira, agradeço-lhe a gentileza.
— E julga que para a ver sorrir não valia a pena atravessar novamente a rota do Texas e expor-me a todos os perigos que ali possa haver? — e, a seguir, acrescentou: — Chamo-me King Lorringer.
— Hazel Morrison.
— Hazel…— repetiu o jovem. — É um nome precioso.
Ela agradeceu o cumprimento e disse:
— Não quero que por minha causa atrase a sua viagem para o Texas.
Lorringer abanou a cabeça.
— Não, não atrasa. Decidi passar aqui algum tempo. Gosto destes sítios e passarei aqui uns dias. — Depois fez uma pausa e acrescentou: — Poderei vir vê-la amanhã?
A rapariga ficou surpreendida, sem saber o que responder. Vê-la? Pretenderia aproximar-se dela como tentara Frank Ruthford? Não, não podia ser, porque acabariam por o assassinar.
Porém, não teve força para recusar em absoluto e exclamou:
—É que eu vivo só e...
King sorriu por sua vez.
— Já não está só. Eu serei seu amigo para tudo quanto precisar.
Levou o chapéu ao peito, e começou a andar em direção à vila, retinindo as esporas. Hazel viu-o partir. Tinha muito medo. Tinha a certeza de que, tarde ou cedo. seria a causa da morte daquele homem. Mas como detê-lo? No dia seguinte, não sairia ao seu encontro e, além disso, procuraria afastá-lo da sua casa.
Era para seu bem, ao fim e ao cabo.
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