O tiro soou para os lados das traseiras da casa. Ambos voltaram, simultaneamente, o rosto naquela direção.
Repentinamente, um clarão vermelho penetrou pela janela desse lado.
— Estão a arder os telheiros! — gritou a rapariga, correndo para a janela.
Henry saltou para a frente. Por sobre as suas cabeças voltou a soar outro tiro.
Em baixo, dos currais, elevou-se subitamente um coro de mugidos.
— As vacas! — gritou o rapaz. — Vão ficar queimadas! Vou soltá-las!
E desatou a correr.
Saiu de casa, movendo as pernas com toda a velocidade possível. Mais dois disparos soaram por sobre o tumulto das reses.
Desceu a vertente a toda a velocidade. Um dos alpendres ardia já do chão ao telhado, iluminando a casa fantasmagoricamente.
Subitamente surgiu diante dele um cavaleiro. Os dois contemplaram-se alguns instantes, com maior surpresa por parte do homem montado que por parte do rapaz.
O cavaleiro levava na mão uma tocha, com a qual tencionava incendiar os outros edifícios adjacentes ao rancho.
Ao ver Henry lançou-lhe o archote à cara, tirando depois um revólver do coldre.
Mas o jovem esgueirou-se àquele inesperado projétil, baixando-se e sacando ao mesmo tempo os revólveres. Disparou duas vezes e o assaltante foi arrancado da sela pela violência dos impactos.
Henry golpeou o cavalo com a coronha do revólver, fazendo-o sair à disparada. Correu em seguida para um dos recintos, no qual as reses, inquietas e desassossegadas, se moviam de modo ameaçador.
Viu-se obrigado a guardar os revólveres para destrancar a porta, que tinha fechado cuidadosamente na tarde anterior, a fim de melhor assegurar a proteção do gado. Mas apenas o tinha feito, uma bala silvou raivosamente à sua face.
Voltou-se. A dez ou quinze metros de distância, um cavaleiro apontava-lhe um rifle.
A arma disparou novamente. Mas a bala já não encontrou o alvo, porque o jovem se tinha baixado, como anteriormente, esquivando-se ao tiro do inimigo. Tirou, velocíssimo, com a mão esquerda, o revólver do coldre e engatilhou a arma.
O tiro saiu um pouco desviado devido à precipitação com que disparou. Não atingiu o cavaleiro mas a montada, que se encabritou, lançando-o por terra.
Naquele momento a porta do curral abria-se e uma torrente de animais, enlouquecidos pelo pânico, fugiu precipitadamente.
O foragido lançou um brado de espanto ao dar-se conta de que se achava mesmo no centro do estouro da manada. Pôs-se de pé, tentando fugir para o lado, mas os seus movimentos foram demasiado lentos para a avalanche de reses que lhe caiu em cima.
O solo estremeceu com o impacto simultâneo de mais de mil cascos batendo em ritmo furioso. O homem desapareceu naquele mar de animais, e os seus gritos extinguiram-se instantaneamente.
Acto continuo, Henry dirigiu-se para os telheiros que ardiam, com o fim de salvar o que pudesse.
Quando estava a ponto de chegar ao primeiro, onde os cavalos, assustados, relinchavam, sentiu que algo o atingira na manga da camisa, ao mesmo tempo que soava o estampido de um tiro. Não se deteve, porém; os cavalos eram, naquele momento, a única coisa que interessava. Entrou na cavalariça, na qual metade do teto estava convertido num mar de chamas. Tirou a faca da bolsa e começou a cortar as rédeas, gritando e ululando para espantar os animais.
Os cavalos lançaram-se para a saída. Henry tentou então pôr a salvo as selas e os arreios. Conseguiu trazer para fora da cavalariça três ou quatro, porém, quando quis entrar novamente, o teto do estábulo ruiu com tremendo estrondo, lançando para o ar uma nuvem de chispas.
Retirou-se para longe do incêndio cujo calor lhe queimava o rosto. Olhou em roda, insistentemente, sem conseguir divisar os assaltantes.
— Já se foram — disse a seu lado uma voz roufenha.
Voltou-se. Amos estava ali, juntamente com Rosemary e Goggy que observavam como o fogo consumia o resto das edificações.
— Dois deles não mais sairão daqui — replicou Henry com dureza.
Voltou-se para a rapariga.
— Alguma vez fora alvo dum ataque deste género?
Ela meneou a cabeça.
— Nunca — contestou num tom sombrio. — Os edifícios auxiliares ficariam transformados em cinzas. É a primeira vez que fazem semelhante coisa.
Henry começou a enrolar um cigarro.
— Agora — disse lentamente, procurando dominar a fúria que o devorava — isto também me diz respeito. E eu sou homem que pode perdoar, mas não esquecer.
O tom das palavras do jovem fez estremecer Rosemary.
Repentinamente, um clarão vermelho penetrou pela janela desse lado.
— Estão a arder os telheiros! — gritou a rapariga, correndo para a janela.
Henry saltou para a frente. Por sobre as suas cabeças voltou a soar outro tiro.
Em baixo, dos currais, elevou-se subitamente um coro de mugidos.
— As vacas! — gritou o rapaz. — Vão ficar queimadas! Vou soltá-las!
E desatou a correr.
Saiu de casa, movendo as pernas com toda a velocidade possível. Mais dois disparos soaram por sobre o tumulto das reses.
Desceu a vertente a toda a velocidade. Um dos alpendres ardia já do chão ao telhado, iluminando a casa fantasmagoricamente.
Subitamente surgiu diante dele um cavaleiro. Os dois contemplaram-se alguns instantes, com maior surpresa por parte do homem montado que por parte do rapaz.
O cavaleiro levava na mão uma tocha, com a qual tencionava incendiar os outros edifícios adjacentes ao rancho.
Ao ver Henry lançou-lhe o archote à cara, tirando depois um revólver do coldre.
Mas o jovem esgueirou-se àquele inesperado projétil, baixando-se e sacando ao mesmo tempo os revólveres. Disparou duas vezes e o assaltante foi arrancado da sela pela violência dos impactos.
Henry golpeou o cavalo com a coronha do revólver, fazendo-o sair à disparada. Correu em seguida para um dos recintos, no qual as reses, inquietas e desassossegadas, se moviam de modo ameaçador.
Viu-se obrigado a guardar os revólveres para destrancar a porta, que tinha fechado cuidadosamente na tarde anterior, a fim de melhor assegurar a proteção do gado. Mas apenas o tinha feito, uma bala silvou raivosamente à sua face.
Voltou-se. A dez ou quinze metros de distância, um cavaleiro apontava-lhe um rifle.
A arma disparou novamente. Mas a bala já não encontrou o alvo, porque o jovem se tinha baixado, como anteriormente, esquivando-se ao tiro do inimigo. Tirou, velocíssimo, com a mão esquerda, o revólver do coldre e engatilhou a arma.
O tiro saiu um pouco desviado devido à precipitação com que disparou. Não atingiu o cavaleiro mas a montada, que se encabritou, lançando-o por terra.
Naquele momento a porta do curral abria-se e uma torrente de animais, enlouquecidos pelo pânico, fugiu precipitadamente.
O foragido lançou um brado de espanto ao dar-se conta de que se achava mesmo no centro do estouro da manada. Pôs-se de pé, tentando fugir para o lado, mas os seus movimentos foram demasiado lentos para a avalanche de reses que lhe caiu em cima.
O solo estremeceu com o impacto simultâneo de mais de mil cascos batendo em ritmo furioso. O homem desapareceu naquele mar de animais, e os seus gritos extinguiram-se instantaneamente.
Acto continuo, Henry dirigiu-se para os telheiros que ardiam, com o fim de salvar o que pudesse.
Quando estava a ponto de chegar ao primeiro, onde os cavalos, assustados, relinchavam, sentiu que algo o atingira na manga da camisa, ao mesmo tempo que soava o estampido de um tiro. Não se deteve, porém; os cavalos eram, naquele momento, a única coisa que interessava. Entrou na cavalariça, na qual metade do teto estava convertido num mar de chamas. Tirou a faca da bolsa e começou a cortar as rédeas, gritando e ululando para espantar os animais.
Os cavalos lançaram-se para a saída. Henry tentou então pôr a salvo as selas e os arreios. Conseguiu trazer para fora da cavalariça três ou quatro, porém, quando quis entrar novamente, o teto do estábulo ruiu com tremendo estrondo, lançando para o ar uma nuvem de chispas.
Retirou-se para longe do incêndio cujo calor lhe queimava o rosto. Olhou em roda, insistentemente, sem conseguir divisar os assaltantes.
— Já se foram — disse a seu lado uma voz roufenha.
Voltou-se. Amos estava ali, juntamente com Rosemary e Goggy que observavam como o fogo consumia o resto das edificações.
— Dois deles não mais sairão daqui — replicou Henry com dureza.
Voltou-se para a rapariga.
— Alguma vez fora alvo dum ataque deste género?
Ela meneou a cabeça.
— Nunca — contestou num tom sombrio. — Os edifícios auxiliares ficariam transformados em cinzas. É a primeira vez que fazem semelhante coisa.
Henry começou a enrolar um cigarro.
— Agora — disse lentamente, procurando dominar a fúria que o devorava — isto também me diz respeito. E eu sou homem que pode perdoar, mas não esquecer.
O tom das palavras do jovem fez estremecer Rosemary.
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