Anabela sonhou que alguém a agredia novamente, que esse alguém era um homem alto de chapéu de copa e com um fato de jogador profissional de saloon. Tinha na sua frente uma mesa, cheia de cartas de jogar, e na mão direita um chicote. E que Ted entrara de súbito e o desconhecido sacara uni revólver do coldre. E que os dois dispararam ao mesmo tempo, mas Ted fora mais rápido. E o outro, recebendo as balas no pescoço, dobrou-se para trás, caindo morto.
Foi despertada pelo ruído do tiro. Por uns instantes, duvidou de que o sonho prosseguia, e na realidade não soube se continuava em frente do imaginário homem que a agredira ou estava só na tranquilidade do seu quarto. Mas teve a impressão de que o tiro fora verdadeiro.
Aproximou-se a tremer, da janela. Começava a amanhecer. De súbito, ouviu um homem a correr na rua, espalhando uma notícia.
«Tentaram matar um dos prisioneiros. Dispararam da claraboia da cela».
A esse homem, outros se juntaram logo, repetindo a notícia: «Tentaram matar um dos prisioneiros».
Anabela teve um estremecimento. Fora sem dúvida, contra Ted Lambert. «Não posso continuar aqui disse para si. —Não posso!».
Voltou, como um autómato, para a cama, onde permaneceu acordada, com os olhos muito abertos, até o dia romper. Arranjou-se, então, envergando o seu melhor vestido, e juntou todo o dinheiro que pôde. A casa jazia no maior silêncio: seu pai já devia ter saído, com certeza. Era estranha a enorme diferença que os separava, a falta de carinho mútuo.
Anabela pensou em partir para «Phoenix», imediatamente. Tinha ali parentes, e imas semanas junto deles, ajudá-la-iam a esquecer tudo.
Saiu para a rua. A diligência já se encontrava no sítio do costume, donde partia. Ainda estava vazia. Subiu e sentou-se num dos melhores lugares. O fiscal aproximou-se dela e cumprimentou-a.
—Faz bem em escolher este lugar, «missa Loren. A diligência vai cheia esta manhã. Foi escolhida para transportar dois condenados à morte.
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