terça-feira, 15 de março de 2016

PAS601. Assim morre um pistoleiro

Uma chama interior de redenção brilhou nos olhos de Adam Neumann. O arreigado sentimento que ardia no íntimo do seu peito impeliu-o decididamente para a frente, para aparar as balas que vinham já ao seu encontro, saídas do revólver de Brandwist.
Estremeceu, cambaleante, como se, de repente, tivesse tropeçado numa barreira invisível. Uma barreira de chumbo que se lhe cravou em pleno peito.
Mordendo os lábios para suavizar a dor, Neumann apertou o gatilho, possuído de uma raiva infinita, e disparou. Brandwist caiu.
Continuou disparando.
Uma rajada de tiros, em leque, terrivelmente certeiros liquidaram prontamente Thagge, Printex e Worthig que viu ainda vagamente cair, através das névoas que lhe cobriam os olhos.
Quando se deixou cair, primeiro de joelhos e depois de cara para baixo, pôde ainda dirigir um último olhar a Katie Parkington.
— Adam! Adam!
Aquele grito lancinante da jovem foi a última coisa que ouviu. Um grito que, mais do que um clamor de aflição, foi uma prece de amor.
Foi a amorosa súplica de perdão para um homem mau... que o não foi na verdadeira aceção da palavra.

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