quinta-feira, 28 de novembro de 2013

BD0017. Cuto: Uma aventura no Oeste

E sabia o amigo do Passagens que o famoso Cuto teve uma aventura passada na América, no Oeste Selvagem? Trata-se da história de um velhote que tinha petróleo no seu rancho o qual foi acidentalmente descoberto por uma quadrilha que tentou apossar-se dele. O velhote fugiu e imaginem quem o foi ajudar... é verdade, o pequeno Cuto que, com a sua valentia acabou com a quadrilha.,
Esta história, desenhada por Jesus Blasco, foi originalmente publicada no Mundo de Aventuras nos números entre 207 e 213.
 
 

BD0016. Uma aventura de Smiley O'Hara


A segunda oferta para os amigos do Passagens, que temos nesta quinta-feira, é uma história assinada por Jesus Blasco, publicada originalmente no Mundo de Aventuras nos números entre 192 e 214.
A história é algo estranha, meio narrada meio desenhada baseando-se no estranho desaparecimento de diligências com carregamentos valiosos o que estava a pôr em pânico os detentores de valores. O'Hara cruza-se com algo relacionado com o desaparecimento e decide investigar. Foram precisas 23 semanas para a coisa se esclarecer...
Chamamos a atenção para o facto de as páginas digitalizadas terem diferentes tamanhos, já que algumas foram extraídas de uma página do MA com conteúdo diversificado que a integrava.
 

BD0015. O Foragido

Publicamos, hoje, uma história sem herói designada "O Foragido", originalmente publicada no Mundo de Aventuras número 588 em 29 de Dezembro de 1960. O autor não é conhecido, mas o traço é agradável e a história bem conseguida.
Apesar dos maus tratos que lhe infligi na minha juventude, chegando a cortar as páginas do MA para construir livros em continuação englobando esta e outras, seria um daqueles livros que BD que guardaria se me dessem um lote limitado para escolher.
Este número do MA é complementado com um história bíblica, algo muito vulgar nesta fase da publicação, a qual não foi digitalizada por não oferecer interesse para o blog. Se alguém quiser diga...
O nosso exemplar não tem capa nem contracapa. A primeira ainda conseguimos ir buscá-la ao catálogo elaborado pela BD Portugal. A contracapa é que nem sonhamos qual terá sido, pelo que, se alguém quiser ajudar...
E agora, apreciem "O Foragido"...

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PAS171. Sonhar com o regresso a Las Cruces

Fumando um cigarro, deitado de costas, esperou que o sono chegasse. Alguma coisa, porém, impedia o sono de vir. Tinha perdido o medo de ser detido. O seu crime reduzira-se a queimar um pouco do cabelo de Laplata. Nada de grave a não ser a intenção. Em vez de medo, sentia desejo de voltar a Las Cruces sem ostentação, e tentar encontrar-se com Lírio, raptá-la e roubá-la a Everton, a bem ou a mal. Quanto a ela, teria de aceitá-lo, também a bem ou a mal, não havia outro remédio. Uma paixão como a que estava sentindo pela rapariga era coisa desconhecida para ele até então.
Por fim o sono venceu-o, mas como o cérebro tinha estado a trabalhar num sonho enquanto estivera acordado, dormindo sonhou com ela e aconteceu que a ação, do sonho, prosseguia como se estivesse desperto. Quer dizer, sonhou que tornava a fazer, de volta, o mesmo caminho, regressando a Las Cruces, e que se apresentava em casa do ferreiro. Não aparecia definida a cena com o hércules a quem quisera matar. O caso é que, morto ou não o pai, Casey, no sonho, raptava a rapariga, e, para que as coisas acabassem bem, Everton saía a tolher-lhe o passo, mas ele lutava com o xerife e matava-o. Lírio, então, passava a admirá-lo e casava com ele de boa vontade, longe de Las Cruces, e eram felizes.
Ia a tarde no meio quando despertou um pouco sobressaltado, pois o sonho que teve adquiriu  visos de realidade, com boa precisão de pormenores, sobretudo quando Lírio, ao vê-lo vencedor, lhe declarava o seu amor, correspondendo ao que ele lhe dedicava. Coisa maravilhoso que o fez, ainda que desperto, duvidar se não teria sido tudo realidade. Podãoia jurar que sentia ainda o tépido calor dos lábios da rapariga sobre os seus.
Deste modo, o destino de Timotty Causey paraceu mudar de rumo por um sonho, motivado por uma paixão amorosa quase repentina. Assim, decidiu, quase a dois passos do México, passando cuja fronteira ficaria imediatamente livre de perigo de ser capturado, mudar também o rumo do seu caminho, andando sobre os seus próprios passos. Fugiade Las Cruces e agora queria regressar para ver uma mulher que o timha desdenhado, deprezado, humilhado. Queria converter o sonho em realidade
(Coleção Arizona, nº 47)

PAS170. A hora de leitura do ferreiro Laplata

John Laplata, ao pé da janela, sentado  numa cadeira de braços, com uma perna sobre a outra, lia um livro. Estava em mangas de camisa, aberta pelo forte peito, e o seu perfil varonil recortava-se bem do sítio onde Casey estava a vê-lo. Não havia mais do que três metros de distância entre ele e Laplata, ainda que a grade da janela os separasse. Mas isso não era, evidentemente, obstáculo para uma bala.
Causey apontou-lhe o «Colt». Tudo estava porém a ser tão fácil que, por isoo mesmo, não o satisfazia. Matar um homem sem que este soubesse quem o matava e porquê não tinha interesse.
Observou que Laplata não estava armado; com certeza não usava armas, confiado nos seus tremendos punhos, na sua força física imponente.

PAS169. O delator

Causey suspirou, sem olhar para Morgan. Um calafrio percorreu-lhe a nuca e as costas. Aquele epíteto de Judas cravou-se-lhe como um punhal no coração. Já o xerife, ao entregar-lhe o dinheiro, o tinha feito com um desprezo que parecia equivaler a chamar-lhe Judas, e os seus ajudantes tinham-no olhado de igual modo.
Se Morgan nunca lhe tinha sido simpático, repentinamente, concebeu contra ele um ódio mortal que jamais se apagaria da sua mente. Não sabia se o seu companheiro estava suspeitando dele, se sabia já que denunciara Bouse (antigo companheiro e chefe da quadrilha), mas o medo de chegar a sabê-lo, sem lugar para dúvidas, fazia-o pensar no que podia ocorrer. Entre os meliantes, o delator, o confidente da Polícia era o ser mais execrável, o mais odiado que podia imaginar-se. Entre eles concebia-se o assassínio por ambição do mando sobre a quadrilha; a morte para disputar uma mulher, por fazer batota ao jogo, por um roubar a outro. Eram coisas normais e para todos havia uma desculpa: o ser um mais batoteiro, mais ambicioso e mais ladrão do que o outro. Mas jamais se perdoava ao que denunciava os outros companheiros de um bando e muito menos ainda se por isso cobrava dinheiro da Polícia.
(Coleção Arizona, nº 47)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ARZ048. O vale amarelo


(Coleção Arizona, nº 48)
 
 
 

ARZ047. Alma Negra


(Coleção Arizona, nº 47)
 
 
Timothey Causey era um ser repugnante que nada tinha de bom nem de honrado. Para ganhar os dois mil dólares que ofereciam pela captura do seu antigo companheiro e chefe de quadrilha, não hesitou em denunciá-lo.
Mas a sua perdição teve origem na sua obsessão por uma bela rapariga, uma mulher honesta filha de um ferreiro que lhe deu uma lição quando se atreveu a assediá-la. Causey não gostou e, deixando desenvolver a sua obsessão, tentou matá-lo infrutiferamente.
Perseguido pelo valente xerife Everton, desprezado pelos antigos companheiros que desconfiavam do seu comportamento, empreendeu uma fuga para o México a partir de Las Cruces, mas, a dois passos daquele destino, a sua paixão por Lírio obrigou-o a voltar. Queria matar o xerife, o ferreiro e raptar a bela morena. Mas a sua alma negra encontrou aí o fim de tanta maldade.
A Coleção Arizona tem aqui um bom livro de O.C.Tavin que ilustra bem o seu tipo de edição neste momento. Muitas das obras publicadas na coleção eram sobre indivíduos à margem da lei que ou se regeneravam ou morriam com honra. Com Causey nada disso sucedeu. Apenas Lídia, uma bela loira a quem ele tinha aprisionado o filho, afirmou ao terminar a história:
«Era um criminoso, sem dúvida, mas eu sentia uma certa compaixão por ele. Que Deus lhe perdoe». A sorte que ela teve em Causey não ter concretizado os planos…

domingo, 24 de novembro de 2013

ARZ046. O falsário


(Coleção Arizona, nº 46)


Contratar alguém para este assumir uma falsa identidade e fazê-lo apresentar-se junto do "pai" que tinha deixado de o ver há um mês na convicção de que este não o reconheceria... mais, o rapaz estava completamente transformado, disparava bem, era excelente lutador, estava apto a continuar o negócio de compra e venda de cavalos...
Daqui o título "O falsário" dedicado a este homem que cumpria um plano bem urdido pelo fiel Lee, um chinês que conhecera o sabor da escravatura...
Que se passaria com o falsário? Conseguiria enganar a própria namorada? Seria descoberto ou libertaria a povoação de indesejáveis?
Este livro de César Torre deixa um pouco a desejar, estando a um passo de ser atirado para o lote dos Intragáveis...

ARZ045. Terras de violência


(Coleção Arizona, nº 45)
 
 
Esta é a história de um homem que chega a uma cidade com uma estrela de xerife e se dedica a eliminar, com a ajuda de um amigo e de um velho rancheiro, uma corja de bandidos que por lá dominava e tentara enforcar o rancheiro.
O livro, difícil de tragar, tem uma passagem na qual apresenta os versos "O bandido encantado":

Um cavaleiro a galope
dos defensores da lei fugia,
correndo não reparou
o que uma jovem fazia

Era formosa mas pobre,
duas armas possuía.
Com mão firme o arrastou
para onde se escondia.

O malfeitor deslumbrante
perante ela se ajoelhou,
estava trémulo e triste
e a custo balbuciou:

- Obrigado!... minha estrela
que do céu me vieste soltar,
prostrado diante de ti, juro...
que só o teu amor me fará emendar.

Se esse amor comigo vier ter,
este malfeitor se vai entregar.
Que a lei dos homens faça justiça
e do meu arrependimento, talvez perdoar.

Com os olhos erguidos p'ró céu
dos seus crimes perdão pediu.
Ao seu amor ele enlaçou,
e pela primeira vez, feliz sorriu.

E, dos lábios da rapariga,
um "sim" harmonioso de fez ouvir
seus lábios lindos lhe entregou,
e logo o jovem os fez uni.

Mas, no peito dessa mulher
o seu coração tremia,
tinha medo de perder
esse rapaz que tanto queria.

E um dia, ao começar,
mão perversa o matou,
uma pomba branca de neve
até ao céu ela voou.

E a pobre rapariga
que de manhã se levantou
ao quarto dele se dirigiu
abriu a porta e entrou.

Um grito dilacerante ela sooltou
ao ver o seu amor ensanguentado
ferida na sua dor mais sagrada
levou as mãos ao rosto e recuou.

Pasados os primeiros minutos,
uma silhueta lá distinguiu
de olhos pequenos mas cruéis
que para ela se dirigiu.

De um salto estava junto dela,
frio punhal uma dextra segurava,
era um bandido, um criminoso,
que a Justiça procurava.

Era o chefe da quadrilha
à qual o morto pertencera.
Estava ali para juntar
a linda moça ao que morrera.

Triste, a jovem fitou o amante
densa névoa a vista lhe toldou,
as suas armas fogo vomitaram
um grito por entre vales ecoou.

Então a rapariga, recuando sempre,
ao seu amado se abraçou.
Pegando na arma que lhe dera a morte
com os seus próprios braços se matou.

Mais palavras para quê? É um autor português, com certeza. John Washing, 17 obras registadas na Biblioteca Nacional, com o apelido Washington...
A capa é, com certeza, de Carlos Alberto.

sábado, 23 de novembro de 2013

ARZ044. Pronto para morrer


(Coleção Arizona, nº 44)

Quando um conjunto inesperado de mortes foi sendo conhecido, a primeira versão das suas causas foi o suicídio, mas a intervenção de um jornalista de Leste muito hábil com as armas, dotado da dose de fanfarronice normal nos livros de Raf G. Smith, foi determinante para determinar os verdadeiros causadores. O autor, mais uma vez, mostra o seu instinto para a novela policial.
Na capa, o fanfarrão (que se gabava de estar sempre pronto a morrer), acompanhada de uma bela jovem, exibe as armas com que acabava de abater mais alguns inimigos.

ARZ043. O indomável


(Coleção Arizona, nº 43)
 
 
"Por entre a ramagem dos pinheiros o sol declinava lentamente para além de uma montanha que se via ao longe. Soprava um vento forte e fresco. O céu, coberto de nuvens brancas, parecia adivinhar a neve que não tardaria muitos mais dias a cair. Perdida entre a imensa pradaria do Oeste, erguia-se uma pequena povoação composta por um escasso número de pessoas que, em união, viviam a sua vida, esquecidas da solidão que as cercava. Alguns anos atrás, uma caravana de colonos vinda do Missouri fez alto naquele ponto. Ergueram-se as primeiras casas, desbravaram-se terras, cultivaram-se campos que anteriormente eram desertos maninhos, e, aos poucos, a povoação foi crescendo. Nunca houve discórdias entre uns e outros, nunca um revólver falou para impor respeito. Alguns homens, mesmo, não os tinham. Serviam-se de um velho rifle quando iam caçar, e nunca mais foi preciso andar armado nas ruas".
O personagem da história que assim começa nasceu e foi criado nesta pequena povoação onde nada se passava até ao dia em que três forasteiros, armados e com mau aspecto, chegaram e, abusando da hospitalidade de um habitante, roubaram-no e pagaram-lhe com tiros. Sendo nessa altura um miúdo, coube-lhe transportar uma criança para ir viver com uns familiares noutra povoação e passou a procurar os responsáveis por tão vil acto.
O autor, Oliveira e Silva, parece-nos de nacionalidade portuguesa, não havendo registos de mais qualquer obra do mesmo. Nesta, utiliza um estilo em que usa excessivamente a fanfarronice e a resolução de conflitos com tiroteio. O livro, por outro lado, tem um número de páginas excessivo para este tipo de novela, notando-se, em algumas passagens, a pretensão do autor em prolongar uma situação através de uma descrição mais cuidada e longa.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

ARZ042. Um noviorquino no Far-West


(Coleção Arizona, nº 42)
 
Imagine-se um pacato cidadão nacional, bem vestido, bem tratado, habituado a copo de leite, no selvagem oeste. Este foi talvez o fio condutor de Vasco Santos quando se lembrou de escrever esta novela notável e enorme (173 páginas!). Depois, juntou-lhe habituais ingredientes: roubos de gado, descoberta de petróleo, um velho pesquisador assassinado. Mais, o homem não tinha treino de vaqueiro mas era um exímio lutador. Finalmente, estava livre como um passarinho e deparou com aquela menina encantadora...
V. Saint Kasymir tem aqui uma excelente novela. É pena não haver uma recolha destes textos de autores portugueses desta "era" e uma publicação que lhes faça justiça.
A capa, não assinada, provavelmente de Carlos Alberto, mostra o noviorquino em luta com uma das alimárias que se lhe atravessaram no caminho.

ARZ041. Até à última bala




(Coleção Arizona, nº 41)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

BD0014. Cisco Kid em O Pintor Francês

E terminamos este dia dedicado a Cisco Kid, com uma história saborosa que explora a fama que naquele momento o herói já desfrutava. Uma fama que chegou a França levando um pintor decadente e sem inspiração a ver nele a salvação para continuar a produzir arte.
A edição que disponibilizamos é a que saiu no Jornal do Cuto, número 119 com data de 12 de Novembro de 1975 já que a que saiu originalmente no Mundo de Aventuras ofereceria grandes dificuldades à digitalização devido ao tratamento que foi dado às vinhetas, por exemplo, para possibilitarem uma publicação em A3 na página central.
 
Para ver a BD clique sobre Ler Mais
 

BD0013. Cisco Kid: O atrevidote do laço

Cisco andava a treinar-se com o laço e confundiu uma formosa donzela com uma rês tresmalhada. Mas a brincadeira saiu-lhe cara...

BD0012. Cisco Kid contra Punhal Afiado

Disponibilizamos aqui mais um número completo da Coleção Condor, o número 13, publicado em 1 de Maio de 1952, com uma aventura completa de Cisco Kid com todos os ingredientes que caracterizavam ainda as aventuras desta figura. Lá aparece o Pancho sempre pronto para a comidinha. Lá aparecem as meninas abraçadas a Cisco

Para ver a BD clique sobre Ler Mais

BD0011. Cisco Kid: Encontros na noite medonha

Cisco estava preocupado com Flor Vermelha e resolveu procurá-la para a proteger. Ora vejam...





BD0010. Cisco Kid: o album fotográfico de Lucy Baker

Mão amiga passou-nos documento fabuloso. Nada mais nada menos do que o precioso álbum fotográfico de Lucy Baker, uma das mais formosas mulheres do Oeste, se não a mais formosa.
Lucy foi uma das primeiras mulheres a lutar, num mundo de homens, pelos seus direitos, chegando a cortar os seus belíssimos cabelos para assim ser aceite no seu meio. Esqueceu é que, a partir desse momento, poderia ser rejeitada pelas mulheres que continuavam a defender a presença no lar e a submissão ao bicho dominante. As suas aventuras são conhecidas há dezenas de anos sem esmorecer o interesse que a rodeia. Ela ofuscou Cisco Kid...
Desse álbum fotográfico retirámos algumas imagens. Ora vejam se não temos razão...







HBD007. Cisco Kid

Cisco Kid começou por ser um personagem de cinema antes de se tornar num personagem de quadradinhos. estreando-se em 1950 na televisão, numa série de filmes que prosseguiu até 1956, tendo como protagonistas Warner Baxter (em 3 filmes), Cesar Romero (em 6 filmes), Gilbert Roland (igualmente em 6 filmes) e Duncan Renaldo (em 8 filmes).

Em 1950, em consequência do êxito televisivo, a
King Features Syndicate convidou o artista Jose Luis Salinas para desenhar uma série de quadradinhos baseada no personagem, com argumento de Rod Reed, baseando-se na história de O. Henry, «The Caballero's Way».

Salinas, nascido em 1908, na Argentina, começou então a trabalhar para aquela agência norte-americana, tendo para isso ido viver para os Estados Unidos. A tira diária teve a sua estreia a 15 de Janeiro de 1951, e contava as aventuras de um mexicano que combatia o mal nos territórios do Novo México por alturas de finais do século XIX. A sua indumentária caracterizava-se por um enorme «sombrero», por uma camisa preta com bordados, por uma figura esbelta e um aspeto simpático e uma beleza que encantava as muitas figuras femininas com quem se cruzava. Acompanhava-o um roliço Pancho, que funcionava muitas vezes como contraponto à seriedade e sentido cívico de Cisco.

Devido ao risco de ver o seu filho recrutado para prestar serviço no exército norte-americano, que estava envolvido em conflitos militares no extremo-oriente, Salinas decidiu regressar para a Argentina, continuando a desenhar a série até 1968, tendo a última tira sido publicada a 5 de Agosto desse ano. O seu filho, Alberto Salinas, que seguiu as pisadas do pai, por vezes assistiu-o na tarefa, chegando mesmo a substituí-lo ocasionalmente.

O estilo de José Luis Salinas caracterizava-se por um traço fino, de grande beleza e mestria, e os argumentos eram interessantes de seguir, envolvendo especulações e disputas de terras, negócios obscuros de contrabando de bebidas, assaltos a comboios, pistoleiros contratados, um sem fim de peripécias em que havia sempre, ou quase sempre, um indivíduo ou grupo de indivíduos com grande tendência para a atividade criminosa.

Em Portugal, Cisco Kid foi publicado em diversas revistas, mas foi no
Mundo de Aventuras que a sua presença foi mais assídua, com os habituais cortes devido à montagem e ao formato reduzido da publicação, havendo ainda a assinalar diversos cortes pela censura, desde beijos mais ou menos apaixonados até a corpos femininos meio desnudados ou armas que eram pura e simplesmente apagadas das mãos de quem as devia estar a empunhar. Salinas faleceu a 10 de Janeiro de 1985, na Argentina.

Muito recentemente surgiu uma nova versão deste personagem, pela mão do desenhador
Jerry DeCaire e do argumentista Jim Duffy, pela chancela da Moonstone Books


Fonte: Mania dos Quadradinhos

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

NOV003. Cisco Kid no Passagens




Amanhã, o dia de BD no Passagens será totalmente dedicado a Cisco Kid. Não falte ao encontro!
Recordaremos Cisco, Pancho, Lucy dos cabelos de ouro, Flor Vermelha, Diabo, o pintor francês e tantos outros...

BUF050. Luta Sangrenta


(Coleção Búfalo, nº 50)
 
 
 
Meadow Castle, de que existe um registo de 100 títulos no nosso país, nunca foi um autor que despertasse grandes simpatias a este humilde relator. As suas novelas perdiam-se muitas vezes na descrição de cenas de violência que em nada adiantavam à descrição da ação, tão colaterais eram em relação ao argumento principal. Castle entrou assim no rol dos execráveis...
No entanto, algumas leituras posteriores como Tragédia no Arizona e Justiça Texana permitiram reformular aquela opinião. Castle é duro, mas por vezes tem livros muito agradáveis.
No que respeita ao presente, aconteceu uma curiosidade: um estúpido erro de impressão fez com que, ao terminar uma página, o texto que se lhe seguia não correspondesse ao que devia ser o qual só se encontrava umas páginas para a frente. Ao fim de algumas tentativas, desistimos... e, cinquenta anos passados, já é tarde para reclamar...
A capa, de Bosch Penalva, é magnífica e retrata um pormenor da acção. A menina do saloon dança com o herói da novela, procurando infrutiferamente fazê-lo sucumbir aos seus encantos... e aquele sorriso parecia o sinal...

terça-feira, 19 de novembro de 2013

BUF049. Johnny "Calaveras"


(Coleção Búfalo, nº 49)


Nesta obra, Donald Curtis traz-nos um pistoleiro, eis presidiário, vestido de negro, cujo fato ostentava caveiras como botões. Os seus feitos foram cantados em verso:

Se é a morte o que esperas,
Se buscas fugir à morte,
Olha aquele triste cavaleiro,
É ele, Johnny "Calaveras"


Se queres morrer às cegas,
Não escapes à sua vingança
Porque a todos ele alcança
O nosso Johnny "Calaveras"*
 
 
*Calaveras: caveiras

BUF048. Violento por amor


(Coleção Búfalo, nº 48)

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

PAS168. Como pode mudar a cor da alma

Drew fez o cavalo dar meia volta e, sem articular uma palavra, iniciou o caminho do regresso. O outro continuou a rir e só interrompeu a sua hilaridade para exclamar fingida tristeza:
- Pobre parolo! Fizemos-lhe grande ofensa!
Drew escutou-o mas seguiu o seu caminho, sem estremecer.
- Oiça! – gritou finalmente e Drew deteve-se sem voltar a cabeça. – Quero dizer que você tinha muita razão! O cavalo não é tão veloz como me pareceu quando chegou… Ou pelo menos é mais lento na retirada.
Drew permaneceu imóvel. Algo muito frio e duro penetrara na sua alma. Agora podia «ver» com assombrosa nitidez. A vida e as pessoas revelaram-se naquele instante na sua autêntica realidade. Tomaram cores vivas como num quadro em que um pintor clarividente distribui pinceladas a cada figura para lhe dar o matiz peculiar, o tom que por natureza lhe pertence.

PAS167. A educação de Drew

Ensinou-o a cavalgar, a lutar, a usar o laço, a esfolar e esquartejar reses, a utilizar todos os meios de que dispõe um bom «cow-boy» para exercer o seu ofício. O rapaz tudo isto aprendeu com rapidez. Mas Bem-Tim nunca estava satisfeito e os repelões nos cabelos crespos de Drew sucediam-se com frequência. O rapaz cerrava dentes e insistia mil vezes nas suas tentativas até conseguir que o «professor» resmungasse:
- Não está mal.
A esta condescendência, Drew respondia com algum palavrão, também murmurando em surdina.
E o revólver? Bem-Tim era um «gun-man» dos pés à cabeça. Quando se tratava de disparar com rapidez, o revólver parecia saltar para a sua mão num impulso próprio e a bala seguia direitinha ao alvo escolhido, acertando com uma precisão milagrosa.