domingo, 29 de setembro de 2013

CNT004. A águia do desfiladeiro

Apresentamos mais um conto de Orlando Marques, ilustrado por António Barata. Este conto foi publicado em 15 de Julho de 1985 no Mundo de Aventuras nº 555, segunda série.





 
 
 
 
 
 
 

sábado, 28 de setembro de 2013

POL028. Fumo sem fogo


(Coleção Pólvora, nº 28)

POL027. Uma campa na colina


(Coleção Pólvora, nº 27)


«Hoje, o aglomerado citadino desenvolveu-se tanto que se apagaram naturalmente todos os vestígios desta história. Sobre a colina onde existia o antigo cemitério foram edificadas modernas e alegres vivendas e foi rasgada uma amola avenida.
Mas, sob o asfalto liso e brilhante, onde hoje deslizam sumptuosas viaturas, estava a sepultura.
E nessa sepultura estava o homem que expiou com uma morte cruel uma vida equívoca.
Uma campa na colina da terra vermelha…»
Esta entrada de Man Preyett reflete todo o ambiente que vamos encontrar numa novela algo depressiva, onde o amor está presente, mas sempre sujeito a ser subalternizado pelos diferentes atores. Harold não era uma boa rês, mas soube redimir-se dando a sua vida pela do filho que reencontrou ao fim de vinte anos de ausência.

Passagens selecionadas:


PAS143. Reencontro
PAS144. Lincoln
PAS146. A morte chegou com a tempestade
 
 

POL026. O novato


(Coleção Pólvora, nº 26)
 
 
«Eis a estranha história de um homem que tropeçou com o infortúnio, com a ingratidão e com o perigo; mas que a todos soube vencer à força da persistência e da abnegação.
A sua história teria talvez ficado perdida no nevoeiro do esquecimento se o acaso, aparecendo como personagem importantes, não mudasse de súbito o rumo da vida atormentada de Tony Moritz, convertendo-o em herói de lenda!
O amor interveio também na sua transformação e o destino talvez tivesse contribuído com a sua parte. Mas o autor não pretende fazer um estudo psicológico da idiossincrasia de Tony Mortiz mas apenas relatar as suas façanhas de um modo simples e claro».
As palavras anteriores foram escritas por F. Mediant no preâmbulo à obra que estamos a apresentar.  Trata-se de um autor praticamente desconhecido, não aparecido nas outras coleções de que temos falado. O livro não é melhor nem pior que muitos outros: lê-se, por vezes com algum enfado, outras com mais entusiasmo. O autor diz-nos que os factos lhe terão sido narrados pelo próprio, mas ao contrário do que pretende, nada têm de extraordinário: é uma história do Oeste, nada mais…

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

POL025. Desafio à morte


(Coleção Pólvora, nº 25)

POL024. A voz dos revólveres


(Coleção Pólvora, nº 24)

CWB013. O renegado

Um jovem branco viu os seus pais serem mortos e roubados por uns facínoras estabelecidos no forte que vendiam armas e bebidas aos índios. Foi abandonado depois de chicoteado e pontapeado e, encontrado por uma tribo índia, ali foi tratado. Durante anos, acompanhou a vida dos índios que o ensinaram a combater com toda a espécie de armas. Uma linda índia, filha de grande chefe, era uma espécie de irmã para ele. Até que chegou o dia da visita ao forte...
Pena Vermelha já não regressou à sua tribo ultrajada e morta pelos mesmos que tinham acabado com os pais do seu "irmão".
Johnny Garland, quinze registos em Portugal, traz-nos uma novela excelente em que os índios não são vistos como selvagens, mas como seres humanos com qualidades iguais a todos os outros, que um dia foram espoliados das suas terras, mas, mesmo assim, são capazes dos actos mais nobres. O grande chefe "Aguia Solitária" não infligiu qualquer dano à filha do grande chefe branco apesar de já conhecer o triste destino de Pena Vermelha. E, no final, esta viria a encontrar a felicidade com o seu filho adotivo...
A capa, assinada por Longeron, mostra o momento em que a filha do grande chefe branco tenta apunhalar o herói da nossa história.
Faça o download de
 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

POL023. Não quero ser enforcado


(Coleção Pólvora, nº 23)


"Frank Mc Nally sentia medo! Um medo feroz! Estava a um passo da morte e sabia-o perfeitamente. Durante toda a noite, agachado ali entre as pedras, empunhando em constante vigília a sua «Winchester», aguardara o ataque dos seus inimigos.
Seus inimigos!... Quantos eram? Sem dúvida, muitos. Tantos que podiam cos^-lo com balas numa fração de segundo logo que o descobrissem os olhares dos abutres que o espreitavam. Abutres, precisamente."
 
Assim começa este título da coleção Pólvora. Frank não era um criminoso, nem sequer um ladrão ao contrário do que o malvado xerife, Joe Scarlett, fizera constar para se apoderar das suas terras que partilhava com a irmã em má hora casada com ele. Joe queria enforca-lo e, nos seus negócios sinistros, estava rodeado por indivíduos sem escrúpulos e rápidos no gatilho. Frank não queria ser presa fácil para eles. Por isso resistiu e tudo fez para provar a sua inocência.
A irmã de Frank, coitada, tinha de suportar a aspereza do marido que a julgava cúmplice do irmão em momento de fuga deste e ele, Frank pensava que ela estava feita com o marido para se apoderar do seu quinhão nas terras. A pobre foi maltratada por Scarlett e ouviu das boas do irmão.
Grande parte deste livro relata os passos de Frank para escapar aos que o queriam matar até que, o encontro providencial com Verónica, filha do juiz Vander tudo fez mudar...
Michel O' Clement é um autor completamente desconhecido no universo das novelas do Oeste, mas a avaliar pelo conteúdo desta poderia ter um grande sucesso.


Passagens selecionadas:

PAS139. Pesadelo
PAS140. Salva pela criada

POL022. O destino faz justiça


(Coleção Pólvora, nº 22)

POL021. Tu serás o próximo


(Coleção Pólvora, nº 21)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

CNT003. O celerado do Arkansas

Hoje, divulgamos mais um conto de Orlando Marques, publicado no Mundo de Aventuras, números 501 e 502, em Maio de 1983.
As ilustrações foram elaboradas por Vassalo Miranda, existindo algumas notas biográficas sobre o mesmo no Blogue de Banda Desenhada da autoria de Luis Beira e Carlos Rico.

 
 
 
 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

PAS092. Sinais de fumo

Passava os dias na caça ou a fumar no terraço que havia em frente da gruta, sempre com o cão a seu lado.
As noites eram claras e formosas.
Pensava, embora sem querer, na rapariga.
Das enormes alturas em que estava no seu posto de atalaia, dominava grande parte do terreno, mas não descortinava a cidade.
No entanto, com o binóculo que possuía, recordação de um amigo, via além ao longe uma verdadeira colmeia humana a trabalhar no que supunha havia de ser o caminho de ferro.
Em consequência deste movimento de pessoas, havia mais caça no alto da montanha. Porém, pensava que muito em breve teria de procurar mais longe os seus terrenos de caça.
De noite, punha as armadilhas e Às primeiras horas da manhã ia recolher o fruto da sua habilidade.
Esfolava depois as peças de caça e preparava-as para a seca.
À tarde, terminados os seus trabalhos, sentava-se a ler e a fumar.
Assim se passavam os dias. Mas esta paz foi repentinamente perturbada  um dia.
Em baixo, a montanha, a seus pés, um grupo de cavaleiros atacava uma caravana. Havia tempo que já não via passar nenhuma por ali.
E ocorreu-lhe um estratagema para afastar os assaltantes.
Fez com rapidez três fogueiras com lenha verde para que deitassem muito fumo.
Riu-se com gosto ao ver que o estratagema tinha resultado.
Os assaltantes fugiram ao ver as fogueiras, convencidos de que eram os índios que se dispunham a ataca-los.
Mas também assim o acreditaram os da caravana que tinham ficado com vida, que por isso fizeram caminhar os veículos a toda a velocidade.
Quando Spencer desceu, fazendo sinais para que se detivessem , os viajantes pegaram nas armas e recomeçaram a disparar antes que ele se aproximasse.
Spencer deteve-se e continuou a fazer sinais de amizade. Em face da sua insistência, três cavaleiros foram ao seu encontro.
Quando estavam perto, contou-lhes o que tinha feito para afastar os assaltantes.
Convencidos de que falava verdade, deixaram-no então aproximar-se e Spencer soube o que se tinha passado.
Haviam-se apresentado aos viajantes muitos homens que levavam as insígnias de federais para lhes dizer que tivessem cuidado, porque havia índios nas montanhas.
E, quando mais descuidados estavam, começaram o ataque.
- Estou certo – disse um deles – de que os reconhecerei onde quer que os veja.
Spencer tinha-os visto fugir na direção da terra de Benjamim e, com a esperança de os encontrar, pediu ao que tinha falado que o acompanhasse.
No fundo era o desejo de visitar o armazém pera ver se havia carta de Ruth…

ARZ028. Sou do Texas


(Coleção Arizona, nº 28)


A coleção Arizona, nos primeiros números, usou e abusou dos livros de Estefania. É ofensivo dizer que não se aproveita nada deles, mas é quase verdade: as histórias podem não ser más, até há muita emoção, mas o modo como são redigidas não é agradável. O texto é formado por pedaços que parece que não colam. Este “Sou do Texas” nem é dos piores, por isso consegui extrair-lhe uma passagem. Quanto ao resumo, é melhor esquecer…
 
Passagem selecionada: Sinais de fumo

sábado, 21 de setembro de 2013

ARZ026. Rápido como os tiros


(Coleção Arizona, nº 26)

PAS091. Salvos pelo cozinheiro

O «colt» de Cameron vomitou chumbo e a bala furou o antebraço do vaqueiro, desarmando-o quando já empunhava o seu revólver. Um grito selvagem de triunfo brotou da garganta de Cameron, que, repelindo a jovem para o lado, correu para o adversário, a fim de o liquidar.
- És um imbecil, Joe Ringo! – gritou, fora de si. – Pensaste num acordo comigo, não é verdade? Pois vou enviar-te para o inferno!
E ergueu o braço armado.
Helena Kennedy correu, então, para ele, disposta a detê-lo, gritando de terror. Mas parou, ouvindo o seco estampido de um rifle. A bala passou sibilando por diante do seu rosto, e foi chocar secamente com o seu objetivo. Viu Cameron estremecer dos pés À cabeça, girar sobre os calcanhares e ficar de frente para Ogden Kid, que ainda tinha encostado ao ombro o seu 44.
Uma maldição rouca, terrível, lhe brotou da garganta:
- Traidor! Canalha!
E fez um supremo esforço para fazer fogo contra o cozinheiro da quadrilha. Uma segunda detonação do rifle ressoou no silêncio espantoso das altas moles de granito. Desta vez, Helena Kennedy viu a cabeça do bandido agitar-se pelo impacto da bala e, sem soltar um queixume, abater-se no solo.
Ringo, a curta distância deles, tentava levantar-se, apertando com força o braço ferido. Helena soltou um grito e correu para ele estreitando-o contra o peito.

PAS090. Nunca te des por vencido quando o amor estiver em causa

Joe Ringo analisou a sua má sorte, a sua impotência. No mais íntimo do coração do vaqueiro, havia o sentimento de que estimava de verdade, profundamente, aquela rapariguita valente e abnegada. Ressoavam em seus ouvidos as palavras suplicantes aos pistoleiros de Cameron, quando a corda dobrada do laço lacerava as suas costas. Não sabia o seu nome porque o de Jim era fictício. Mas estava seguro de que o seu coração lhe pertencia, de que, se não o amava, sentia por ele um profundo por ele profundo apreço.
Mas… onde demónio estava aquela mina de ouro?
Fora um néscio em não lhe fazer a pergunta no devido tempo. Se o tivesse sabido, conheceria agora, certamente, para que ponto devia encaminhar-se a fim de atacar. Porque não deixaria pedra sobre pedra até Cameron e os seus sequazes pagarem o que lhe tinham feito.
De vaqueiro solitário e pacífico, amigo de toda a gente, considerado por todos os seus semelhantes, convertiam-no numa fera sedenta de vingança. Ela estaria de dia e de noite pensando nele, pedindo, suplicando a Deus que se apresentasse em seu auxílio.
E devia socorrê-la acima de tudo, ainda que nisso sacrificasse a própria existência.
Dominado por este pensamento, o vaqueiro começou a nadar com fúria, sem se lembrar dos seus ferimentos, sem ter presente que o desfalecimento começava a dominá-lo. Assim continuou algum tempo, até que, rendido, sem alento, se deteve na margem do riacho, completamente extenuado sobre a areia cálida.
Os raios de sol iluminavam aquela paisagem bravia, inundaram de uma vida nova a aridez do sítio. Ringo não soube o tempo que permaneceu naquela posição, até que, erguendo-se penosamente, se encaminhou para as primeiras árvores do bosque. Cambaleando, mergulhado num mar de confusões, avançou mais e mais, para desembocar nos abertos espaços a planície. A sua mente funcionou com maior sensatez, procurando orientar-se.
O vale era longe dali e não lhe era possível lá chegar. Tão pouco tinha qualquer ideia de que por aquelas imediações existissem ranchos, cabanas ou acampamentos de pessoas honradas que o auxiliassem. E sem armas, sem cavalos, sem munições, estava totalmente perdido. A fome começou a assediá-lo, embora a mitigasse com algumas bolachas duras que ainda conservava no bolso das calças. Sentou-se à sombra de uma árvore e, encostando-se ao tronco, principiou a meditar. Estava vencido, quase sem ânimo para se mexer dali. E tudo estaria perdido para ele, se não fosse aquela ânsia vingadora que o invadia, aquele desejo de fazer alguma coisa por… «ela»!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PAS089. O segredo do rapazote

Tudo quanto o chefe do bando inventou para arrancar de Jim o segredo do filão de seu pai foi inútil. Encerrara-se definitivamente num mutismo completo. Mirava os seus inimigos com os olhos chamejantes, sem ousar voltar o rosto para Ringo, para não o comprometer. Compreendia que a situação não era nada favorável para eles. E não podia ter confiança em que alguém os socorresse porque todos os presentes sonhavam com aquela mina de ouro, descoberta um dia pelo pai e cujo segredo da sua existência fora desvendado de uma maneira estranha por aquela pandilha de indesejáveis.
Cameron perdeu as estribeiras lentamente. Queria que Jim Kennedy dissesse a verdade de bom grado. Mas o rapaz permanecera encerrado no silêncio como uma tumba. Então, desesperado, Cameron bradou:
- É teu, Jocelyn! Arranca-lhe a verdade com pedaços da própria pele!
James Jocelyn não respondeu. Caminhou pausadamente para o rapaz e com uma forte palmada atirou-o e vários metros de distância da mesa. Depois curvou-se sobre ele, antes que se recompusesse do golpe, esbofeteando-o, até que o nariz lhe sangrou abundantemente.
Fez tudo isto acompanhado de ordens e pragas. Mas Jim Kennedy, ainda que lhe arrancassem pedaços de pele, não diria uma única palavra. Sòmente, ante a dor dos golpes, com voz desfalecida, replicou:
- Não sei onde meu pai encontrou a mina. Ele nunca mo disse a mim, porque…
E um novo golpe lhe cortava as palavras. Por último, Jocelyn pegou na corda de um laço que cortou com a faca de mato em dois pedaços. Com isso amarrou Jim a uma das vigas que suportava o telhado da cabana. A outra extremidade dobrou-a e atou as duas pontas com a destra. Depois retrocedeu um passo. A sua garra esquerda ferrou-se À roupa do jovem e puxou-a, rasgando-a numa tira. Jim gritou, pedindo que não lhe fizessem isso. Mas os seus gritos serviram para encolerizar mais o bandido que consumou a sua obra deixando quase nu o tronco do rapaz.
Depois afastou-se para o lado e ergueu o braço disposto a fustigar-lhe as costas com a corda. Mas deteve-se, ficou com a mão no alto, os olhos esbugalhados e os dentes cerrados. E uma exclamação de espanto lhe brotou dos lábios:
- Pelos chifres de cem mil búfalos sacrificados, Cameron! É uma mulher!

PAS088. Perseguição de danados

Quase a chegar ao seu destino, Ringo deteve-se de repente. Ouvia, à distância, o ruído de cascos de cavalo que se aproximavam naquela direção.
Instintivamente, levou os dois animais para entre as árvores e ocultou-se com elas. Não desejava encontrar ninguém e sempre receara que o filão descoberto pudesse chegar ao conhecimento de pessoas estranhas. Por essa razão, desejaria encontrar-se novamente no vale, afastado de todos, vivendo aquela vida solitária.
Os seus pensamentos foram interrompidos pela presença de um cavaleiro que, curvado sobre o pescoço do animal, o esporeava com rudeza, obrigando-o a tirar forças da sua fraqueza, a caminhar com todas as energias de que era dotado. Como levava o chapéu «Stetson» derrubado sobre a testa e a cabeça baixa, Ringo não pôde descobrir-lhe o rosto. Passou em frente dele com a rapidez de um raio. Atrás dele a menos de duzentos metros, apareceram mais quatro homens.
Ringo observou-os cuidadosamente. À medida que encurtavam a distância e se iam acercando dele, pôde examinar o rosto de cada um. Viu com desagrado que dois deles eram os indivíduos que encontrara havia algumas semanas no seu caminho para o vale. O que ia à direita disparou o revólver e soltou uma praga. Os outros também fizeram fogo.
Desta vez deviam ter acertado no alvo, porque um grito de alegria brotou da garganta do que o havia realizado. Também cessou, como por encanto, o ruído dos cascos do cavalo perseguido.
Ringo não sabia que fazer. Meter-se nos assuntos alheios, vivendo num lugar selvagem do Arizona, seria criar muitos inimigos, espor-.se a que estes pudessem ataca-lo e, inclusivamente, mandá-lo para o outro mundo. Ele era um bom atirador de revólver. Demonstrara-o muitas vezes nos ranchos onde trabalhara. Até ganhara alguns prémios importantes nos «rodeos», entrando em concursos de tiro. Mas isso sucedera havia algum tempo e receava estar destreinado.
Não obstante, agarrou o cavalo pelo bridão e, dando uma volta por entre as árvores, foi encurtando a distância que o separava do lugar onde os quatro tipos acabavam de parar apeando-se. Um deles continuava a apontar o revólver ao cavaleiro, que, de pois de perder o seu cavalo, que fora ferida, se mantinha a prudente distância, sem coragem para lutar ou fugir para a espessura.

ARZ025. Troaram os revólveres


(Coleção Arizona, nº 25)

Joe Ringo é um caçador/domador de cavalos que sonha juntar algum dinheiro para se estabelecer como rancheiro. Ao seguir a pista de alguns cavalos selvagens, depara-se com uma quadrilha que tortura um rapazote para lhe extrair a localização de uma mina de ouro descoberta pelo pai deste entretanto assassinado.
Liberta o rapazote, mas um segundo encontro com a quadrilha leva-os a um conjunto de peripécias onde a mais interessante é a descoberta de que o rapazote afinal é uma linda menina, mas onde a maioria é de causar calafrios ao mais valente…
Joe Sheridan traz um relato muito interessante e calmo de todo um conjunto de situações que levam à salvação final dos heróis pela ajuda de um acompanhante dos bandidos. A ação é lenta, há poucos intervenientes, parece que tudo se passa no mesmo sítio, mas o livro não cansa.
 
 

 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PAS087. Quando voltar atrás já não é possível

Foi admirável a serenidade com que Jim Dodson encarou o que estava à frente dos seis forasteiros, o único que se tinha apeado do cavalo.
- Posso saber para que querem obrigar o senhor Graves a acompanhá-lo?
O interrogado tinha estado a observar atentamente Jim. O gesto de surpresa refletido no seu rosto quando ouvira o seu nome, dava a entender que conhecia aquele homem.
E talvez a isso se devesse a resposta dada sem a menor brusquidão.
- Pretendíamos apenas que viesse ver o cadáver do nosso amigo e o lugar onde o encontrámos.
- Para quê?
- É muito simples. O cadáver estava envolvido numa alcatifa. Queríamos saber se a conhecia. O facto de estar nos terrenos que lhe pertencem levou-nos a vir vê-los antes de prosseguir nas nossas indagações na cidade.
Jim Dodson esboçou uma careta.
- Tudo isso está muito bem, amigo. Mas abusaram da superioridade numérica, empregando maus modos e assustando as senhoras da casa.
Bruscamente, mudou o rumo da conversa.
Precipitando-se ao falar, o outro disse:
- Continuamos a ser superiores em número, amigo. Se quiséssemos abusar…
Não acabou a frase. Atentando no que acabara de dizer, interrompeu-se, de repente, como que arrependido da sua precipitação.
Mas já era tarde para voltar atrás.
Havia cometido uma falta que «Bronco» Jim não perdoava.
- Afaste-se, senhor Graves – ordenou o rapaz, com entoação tão fria que o dono do rancho naõ se atreveu a desobedecer. – Vou demonstrar a estes «valentes» que a superioridade numérica não é suficiente para abusar das pessoas honestas… Acabou-se a conversa, amigos. Ao largo! Têm dois minutos para desaparecer da minha vista! De contrário terão de empregar essa superioridade de que fazem alarde.
«Bronco» Jim colocou-se diante deles, com as pernas abertas e os polegares apoiados na fivela do cinturão. À sua direita, de pé, no último degrau do alpendre, Barney Graves observava a cena.
Por seu turno, os seis forasteiros fitavam quem assim lhes falava. Os cinco, que continuavam a cavalo, pareciam estátuas de pedra. Com as mãos enclavinhadas nas rédeas davam a impressão de estar a espera de um sinal do que se encontrava no chão, para se porem em movimento.
E assim estiveram durante alguns segundos.
Seis pares de olhos, de aspeto maldoso, onde se retratavam as piores intenções, cravaram-se com estranha fixidez nas mãos de «Bronco» Jim.
E de repente…
 
(Coleção Arizona, nº 21)

PAS086. Nunca confies em quem te manda contar o dinheiro

Enquanto falava, Fulton Candy havia separado da gaveta da secretária um maço de notas. Separou algumas e entregando-as ao homenzinho, disse:
- Aqui tens os teus mil dólares, Ratcliff. Conta-os.
- Não é necessário, senhor Candy.
- Conta, homem, é melhor assim.
- Está bem. Já que tanto insiste…
E o homenzinho pôs-se a contar as notas, enquanto Fulton Candy, no outro lado da secretária, sorria de estranha maneira.
-Está bem? – perguntou, quando o outro acabou.
- Está. Já o sabia de antemão.
- Bem, então vamos a tratar da tua partida. Não podemos perder tempo.
Fulton Candy levantou-se da cadeira. Rodeou a secretária, para se aproximar do outro e, quando estava a seu lado, deu-lhe uma palmada nas costas.
- Prestaste-me um bom serviço, Ratcliff – disse, amigavelmente. – Tê-lo-ei em conta, para quando for necessário. Segue-me.
Candy dirigiu-se para a porta e Ratcliff seguiu-o a dois passos de distância.
O homenzinho não pareceu dar importância ao gesto do dono do hotel, ao levar a mão a um dos bolsos interiores da canadiana.
E, por isso, nada pôde fazer para se salvar.
Girando bruscamente sobre os calcanhares, Fulton Candy chocou com o que ia à retaguarda. E, quase ao mesmo tempo,…
O pequeno «Derringer» que se apoiava agora ao peito de Ratcliff cuspiu uma dose mortal de chumbo.
 
(Coleção Arizona, nº 21)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

PAS085. O dia em que Susana perdeu o vestido novo

«Bronco Jim» voltou-se para a janela, com a rapidez de um relâmpago.
- Diabos! – exclamou um segundo depois. – Eu vi agora também qualquer coisa a mover-se. Depressa, doutor! Ensine-me a saída deste lado.
Os três homens apressaram-se a abandonar o consultório.
- O senhor, xerife, saia pela porta principal e dê a volta À casa. Eu faço o mesmo pelo outro lado. Vamos, doutor.
Não tardaram a chegar à porta das traseiras. Jim Dodson abriu-a com um puxão e quando se dispunha a sair para a rua…
Esteve prestes a chocar com dois vultos que acabavam de se apresentar diante deles. Ouviram-se dois leves gritos de sobressalto e a voz do doutor dizer:
- Pelas mossas do meu bisturi! De onde diabo saíram vocês? Susana! Beryl! Eram vocês que há pouco espreitavam pela janela do escritório? Vamos, respondam! É muito importante!
As duas raparigas olhavam ora o doutor ora o homem que estivera a ponto de as atropelar, verdadeiramente desconcertadas.
Dois pares de olhos, de cor diferente, mas ambos igualmente belos, refletiam uma aflição sem limitas. Os rostos juvenis das raparigas, ruborizados, eram a mais clara prova da sua culpabilidade.
Não era necessário responder à pergunta que lhes fora feita, para se ficar a saber que com toda a certeza  o doutor Hype não se tinha equivocado.
- Devia dar às duas um bom par de açoites! – disse o médico, visivelmente aborrecido. – Que bonito, a espreitar pelas janelas, como duas vulgares mexeriqueiras! Como castigo, tu, Susana , não terás o vestido novo. E quanto a ti, Beryl, direi ao teu pai que te dê uma boa repreensão! Não querem lá ver as raparigas! Vá! Entrem antes que toda a gente fique a saber.
 
(Coleção Arizona, nº21)

ARZ021. Carrascos na noite


(Coleção Arizona, nº 21)
 
Um livro de Rogers Kirby cheio de ação e suspense. Um jovem bravo e bom utilizador das armas, admirado pelas meninas da cidade, bate-se contra um inimigo que, na sombra, durante a noite, cobardemente, comete as maiores atrocidades inclusivamente contra os que o servem.
 
Passagens selecionadas:

BUF030. Os três Kerrigans


(Coleção Búfalo, nº 30)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

BUF029. Gata Brava


(Coleção Búfalo, nº 29)

PAS084. O ataque da serpente

Um grito súbito soou aos ouvidos de Clayton, como sinistro prenúncio de tragédia. Era um grito de mulher, de Eugene. Todos se levantaram imediatamente, mesmo sem compreenderem o que se passava. Houve uns momentos de absoluta confusão.. A jovem parecia prestes a perder os sentidos.
- Uma serpente! – gemeu com voz apagada. – Por ali!... Por ali!...
E apontou a parte mais densa do bosque. Depois, lentamente, fechou os olhos.
- Eugene! – gritou Clayton, tomando a rapariga nos braços. – Sente-se mal? Chegou a morder-lhe? Responda, por favor!
Tinham ficado sós. Todos os homens procuravam descobrir o réptil entre a folhagem e ele não sabia que fazer com a rapariga. Decorreram assim alguns segundos angustiosos.
Por fim, Eugene abriu os olhos. Pareceu atordoada a princípio, mas em breve recobrou ânimo.
- Oh! Fui muito estúpida! Até desmaiei… Vi-a passar por ali.
- Pregou-nos um bonito susto, não haja dúvida – desabafou Clayton que estava um pouco pálido. – Julguei que lhe tivesse mordido.
- Perdoe-me, sim? – disse ela sorrindo.
- Vint! Percy! – gritou Henry. – Não conseguem dar com ela?
- Ainda não! – respondeu o maneta. – Mas não há-de fugir, descansa. Como está a menina?
- Felizmente bem. Não sofreu nada. Mas venham alguns de vocês para cá. Não andam à procura de nenhuma tribo de apaches!
Muitos dos homens regressaram e outros continuaram as pesquisas. Eugene, que se pusera de pé, tornou a sentar-se no chão. Clayton imitou-a.
A espera prolongou-se demasiado e Clayton não teve remédio senão chamar os homens que andavam à procura da serpente. Quando chegaram, todos eles vinham aborrecidos em consequência do fracasso.
- Não sei como diabo nos conseguiu escapar – comentou Percy, mal-humorado. – Acudimos logo, e o terreno onde ela se poderia esconder não é assim tão extenso… Não há meio de perceber!
Henry aparentava extraordinária gravidade. De repente, voltou-se para Eugene.
- Mas percebo eu! – disse, com raiva.
E aplicou sonora bofetada no rosto da rapariga.
- Ainda merecia muito mais, Eugene – acrescentou. – Vamos! Todos a cavalo! – ordenou em seguida.
 

PAS083. Expedição

Eugene cavalgava agora alegre ora adiantada à formação ora atrasada, contemplando a paisagem a seu bel-prazer. Montava com destreza um cavalo baio, novo e nervoso, e vestia um simples trajo de amazona, com blusa de cores vivas que muito a favorecia. Pendente da montada, balouçava uma espingarda «Henry», que fazia diminuir o encanto geral da sua figura tão acentuadamente feminina.
A primeira vez que Henry se atrasou, examinando o terreno que atravessavam, compreendeu que era aquela a ocasião ambicionada por Eugene para lhe dirigir a palavra. Quando a formação se afastou um pouco, a rapariga aproximou-se, em rápido trote. Parou ao lado dele sorrindo:
- Admirou-se de me ver neste grupo?
Henry pôs-se em marcha, antes de responder:
- Sim, naturalmente.
Ela parecia divertida com as circunstâncias.
- E que pensa do caso? Agrada-lhe?
- Penso que estão todos malucos.
- Incluindo eu?
Foi agora a altura de Clayton olhar fixamente para ela.
- Você… Você é uma menina muito mal-educada.
 
A seguir: O ataque da serpente

domingo, 15 de setembro de 2013

PAS082. Rejeitada

Os olhos de Eugene tinham substituído a expressão de tristeza pela de enraivecimento.
- Não consigo compreendê-lo muito bem, Clayton – e havia na sua voz um pouco de contrariedade – Começo a capacitar-me que você é um homem sem espírito observador, diria eu. Deve fazer o que lhe peço porque há uma razão que o aproxima de nós. Ainda não percebeu que estou apaixonada por si?... Nunca soube dissimular os meus verdadeiros sentimentos. Segui-o como um cachorro fiel, para toda a parte, desde a sua chegada, espiei os seus movimentos para conseguir estar sempre a seu lado, vesti as minhas roupas melhores e falei-lhe mal do meu noivo. Que mais quer? Por que me olha dessa maneira? Não está disposto a dizer uma única palavra?... Oh! Qualquer homem do forte endoideceria de felicidade no seu caso… Ter-me-ia beijado já, naturalmente… Admira-se? Não me acredita?
A voz de Clayton soou de modo estranho ao intimar:
- Dou-lhe vinte segundos para sair deste quarto, menina Morrison.
- Porquê? Não lhe agrada a ideia de …
- Eu disse vinte segundos!
- Que tenciona fazer se eu não sair?
-Dar-lhe a bofetada que está a merecer há muito tempo. Saia daqui!
Eugene, que estivera a torcer nas mãos um pequenino lenço de rendas, atirou-o ao chão num assomo de raiva.
- Estúpido! – rosnou ainda, vermelha de cólera.
E saiu do quarto precipitadamente.
 
 
A seguir: Expedição

PAS081. Um rosto de mulher

O xerife não ignorava o perigo que corria se desobedecesse às ordens do homem que o ameaçava na escuridão. A vida dele não era mais respeitada que as outras, as que se perdiam diariamente em Santo António, e era muito compreensível que um movimento mais lhe provocasse a morte. No entanto, estava resolvido a levar a cabo o seu propósito.
- Sei que me convém obedecer-lhe – disse lentamente – mas não estou disposto a isso. Morrerei, se for necessário. Bem vê que não tenho nenhuma arma. Não pretendo lutar; apenas cumprir o meu dever; vou prendê-lo.
E voltou-se rapidamente, com manifesta energia.
O revólver que o xerife Rowe adivinhava nas mãos do adversário permaneceu mudo. Perscrutou o negrume do recanto onde se encontrava o inimigo e só com muita dificuldade conseguiu distinguir o vulto do desconhecido. Avançou para ele.
- Não dê… um passo… mais…
- Tem medo! – exclamou Rowe. – É curioso! Eu também tenho medo de si… Não sei por que motivo supus que lhe ia ser difícil apertar o gatilho… Mas tenho medo apesar de tudo… E não me resta outra saída. Vou prendê-lo.
- Não… não faça isso… xerife!
E Rowe, de súbito, viu o negro vulto deslizar suavemente pela parede. Depois, foi como se desabasse. Caiu, de peito para cima, e a cabeça ficou dentro do círculo luminoso traçado no chão pelo quebra-luz, junto aos pés de Rowe. O xerife contemplou atónito aquele rosto. Era um rosto de mulher, belo, extraordinariamente belo, em cujas feições imperava a palidez da morte. O s lábios violáceos mexeram-se ainda:
- Já lhe tinha dito… que iria… para sempre… Trabalhei para «ele»… até ao último segundo…
O formoso rosto sofreu um violento abalo. Os olhos perderam brilho. Depois, o corpo adquiriu uma quietude impressionante, uma rigidez macabra.
O xerife ajoelhara-se junto da mulher e mantinha entre as dele uma daquelas mãos brancas. Agora, compreendia muitas coisas. Ela tinha-se escondido na escuridão porque o ameaçava sem qualquer arma. Transformou, quanto pôde, o tom de voz para a tornar masculina e falou a princípio com fadiga e depois tremulamente, porque ia desfalecendo, a caminho da agonia, em consequência da ferida que tinha nas costas.
Rowe teve o pressentimento de que por trás daquilo tudo se escondia uma história, talvez sublime, cuja evidente prova podia ser o corpo inanimado, que dormia o sono eterno diante dos seus olhos. Mas qual era na realidade aquela história? E aquela mulher porque motivo se sacrificara tanto em benefício de um homem sem lei, de um foragido? Porque a feriram? Quem disparara contra ela?
Rowe contemplou outra vez o formoso rosto moreno, como se pretendesse obter dele as respostas às suas dúvidas, às perguntas mentalmente formuladas.
Nada mais absurdo…

(Coleção Búfalo, nº 28)