quarta-feira, 31 de julho de 2013

PAS032. O Pianista Cego

Uma jovem loira, esbelta e muito bonita, agora intensamente pálida, apareceu à porta do fundo, acercando-se da plataforma. Ao ver o sangue, um gemido saiu da sua boca.
- Cobardes! – disse, olhando Archer e os outros com os olhos brilhantes.
O cego atacou então os compassos de uma música popular. O obeso taberneiro fazia sinais desesperados à rapariga, e esta, compreendendo a sua advertência, procurou dominar-se. Bem contra vontade conseguiu esboçar um leve sorriso e balouçando-se como fazem as bailarinas de «cabaret», quando querem atrair um cliente, avançou até onde estava Kenton e os seus apaniguados.
Este sorriu largamente ao ver a jovem, olhando-a de maneira provocante.
- Já era tempo de apareceres, Fay, disse fazendo uma cómica e exagerada reverência. – Bem, vais dançar comigo.
- Eh! Eh! – interpôs-se Archer, aproximando-se rápido - . Eu é que a fui buscar, portanto a primeira dança é para mim. Vem, Fay!
E, sem esperar o consentimento da jovem, nem preocupar-se se aquilo agradava ou não a Kenton, puxou-a rudemente por um braço e obrigou-a a dançar.
Archer movia-se com a graça de um urso borracho, mas era evidente que desejava divertir-se agitadamente, saltando e bailando sem tom nem som. A música não lhe pareceu suficientemente mexida.
- É, pianista! – gritou -. Mais depressa! Mais!
Tinha-se formado um círculo em volta do par.
Archer abraçava apertadamente a jovem, cujo rosto expressava terror e asco, agora. Mas na sua opinião não era ainda bastante mexida a música.
- Disse mais depressa, idiota! – rugiu.
O cego apressou o compasso todo o que a pauta musical podia permitir, mas nem com isso satisfez Archer. Rápido, soltando o braço direito e com um movimento que a jovem bailarina não pôde impedir, puxou do revólver e disparou duas vezes na direção do pianista, apontando com cuidado.
A rapariga lançou um grito de angústia. E todos viram que o pianista, muito pálido, ficava imóvel com as mãos em atitude de tocar. As balas tinham-se cravado na parede, apenas duas polegadas sobre a sua cabeça
- Vamos idiota, música e mais ligeiro, disse eu! . – bradou Archer.
Soltou uma gargalhada, guardou o revólver e agarrou a rapariga. Os companheiros riram com ele. E o cego pianista, saindo do seu entorpecimento, e sem se importar com as regras musicais, começou a martelar as teclas num louco compasso.
(Coleeção Búfalo, nº 17)

BUF018. Homens da Fronteira


(Coleção Búfalo, nº 18)

BUF017. O vale sem lei

(Coleção Búfalo, nº 17)

terça-feira, 30 de julho de 2013

PAS031. Não Falarás!

Naquela noite, à hora em que meio povoado se tinha deslocado ao rancho Graham e o outro meio se refugiava nas baiucas e casas de tavolagem, quatro indivíduos aproximaram-se da repartição do xerife onde Sam, um dos seus ajudantes, fazia guarda. Os presos descansavam.
Sam estava à porta fumando tranquilamente. Por isso, a sua surpresa foi grande quando viu os quatro indivíduos, que não conhecia, rodearem-no ao mesmo tempo que lhe apontavam os seus revólveres ao rosto.
- Seja bonzinho e não solte pio! – disse-lhe um mexicano espigado de voz cantante. Mas logo, mudando de tom bruscamente, ordenou-lhe: -Vamos. Faça as honras da casa.
Era um golpe audacioso, em plena rua. Mas, nessa noite, a povoação estava deserta. Não restava a Sam outro remédio senão obedecer.
Entraram e Sam recebeu uma coronhada tão bem aplicada que, caindo redondamente no solo, ficou a dormir o sono violento da comoção. Os quatro desconhecidos correram rapidamente para o calabouço onde se encontravam os dois presos. Nesse momento, estavam acordados.
- Eu já sabia que não nos deixariam aqui metidos! Trouxeram cavalos para nós? – perguntou com ansiedade Gerard, agarrado aos varões de ferro.
- Talvez!... – foi a desconcertante resposta.
Gerard Larander riu nervosamente.
- Nunca entenderei bem a tua maneira de falar. Que diz o chefe?
- O chefe diz que és um cabrito, um miserável delator…
Enquanto o mexicano continuava a falar, Gerard mudou de cor. Os quatro homens estavam parados em frente dos varões de ferro, sem fazer menção de irem buscar as chaves para abrir o calabouço.
- Não sejas idiota! Nós não dissemos nada.
-Parece que sim! Deixaste entrever ao xerife alguma coisa do que se passa no rancho Graham. E estavas disposto a falar amanhã como uma alcoviteira.
-Estúpido! Que nos importa que digam isso?... Não!... Não!...
Friamente, os quatro homens dispararam através dos varões. Gerard e o seu companheiro quiseram refugiar-se num canto do calabouço, como feras acossadas. Mas as minúsculas lanças de chumbo quebraram os seus propósitos e eles ficaram ali, estendidos no solo, com o assombro e o terror refletidos ainda nos seus olhos…

BUF016. Todos contra todos

(Coleção Búfalo, nº16)

BUF015. O impostor


(Coleção Búfalo, nº15)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

PAS030. Perseguida pela morte

Embora a distância fosse muito grande para uma espingarda de caça, a rapariga apontou e disparou contra a figura de «Rugas» Lee.
O certo é que os chumbos mal se cravaram na pele do mexicano. Mas fizeram-no dar um salto e sair da frente da porta, mergulhando na escuridão.
A filha do xerife ficou aterrada ao verificar que havia falhado. Que ia acontecer agora?
- Quem disparou? Quem está aí agora? – perguntou o juiz.
- Sou eu! Ellen! – gritou aterrada, sentindo os passos de «Rugas» no passeio, aproximando-se dela.
Dentro da taberna produziu-se um alvoroço. Todos gritavam à rapariga que fugisse dali. Mas ela parecia pregada ao chão, ao ouvir aqueles passos!
O sangue gelou-se-lhe nas veias. Começou a recuar ao ver aparecer, como um fantasma, a figura do mexicano. Mas aquilo não conduzia a nada. Então o terror que a dominava, transformou-se em instinto de conservação. Sem saber como, Ellen levantou a espingarda e disparou o segundo tiro contra «Rugas» Lee.
Quando o fumo desapareceu, viu um espetáculo terrível. «Rugas» tinha o rosto todo perfurado pelos grão de chumbo e a escorrer sangue por todos os orifícios.
O bandido, depois do primeiro momento de surpresa, correu para a jovem dando gritos selvagens.
A rapariga soltou a espingarda e deitou a correr para a taberna, perseguida por «Rugas».
Não ouviu nada nem viu nada. Não viu que Winter, ao ouvir o segundo tiro, saltou por cima dos cadáveres. O Xerife e Arthur seguiram-no imediatamente.
Ao chegar ao passeio, deparou com o espetáculo de «Rugas Lee» com o rosto coberto de sangue e prestes a alcançar Ellen. Esvaziou o tambor do revólver. Disparou até que o mexicano deixou de estremecer.
Ellen apenas soube disto quando voltou a si, caída no chão, chorando nos braços do seu velho pai.

BUF014. O morto dá instruções


(Coleção Búfalo, nº 14)

BUF013. Cartas Rasgadas


(Coleção Búfalo, nº 13)

domingo, 28 de julho de 2013

PAS029. Inexplicável olhar

Na rua reinava uma grande expetativa. Não havia alguém em frente da loja das irmãs Collins. Mas, mais adiante, abaixo e acima, viam-se grupos de pessoas com os olhos fixos na porta do estabelecimento, esperando ver aparecer o forasteiro que defrontara um amigo de John Latimer.
Este passeava em frente da loja compasso firme, sem se incomodar a olhar para os curiosos.
Era um homem novo – talvez não tivesse ainda trinta e cinco anos – magro e musculoso, de estatura regular.
Um murmúrio apagado acompanhou a saída de Eric Sherman. Apareceu tranquilamente no passeio e ficou a olhar para o pistoleiro com o seu habitual sorriso contagioso e inocente. Fez-se um impressionante silêncio na rua que foi interrompido por uma blasfémia de Latimer ao verificar que o seu antagonista não vinha armado. Trazia só uma cartucheira vazia.
- Que significa isto? Onde estão as suas armas? – perguntou Latimer furioso.
- Ah! Tinha só uma e deixei-a ali dentro. Prefiro andar desarmado. Quando trago revólver, arranjo sempre qualquer conflito. Há pouco, por exemplo, comecei aos tiros a um indivíduo que me incomodava. Depois, arrependo-me, creia. No fundo sou um homem pacífico.
- Eu diria que você é um cobarde! – rugiu Latimer.
- Não, o que acontece é que reconheço ser uma tolice  andarmos no mundo aos tiros uns aos outros.  Erle aproximava-se, como se fosse conversar do tempo que fazia. O pistoleiro, instintivamente, recuou um passo. Erle aproveitou aquilo para dizer-lhe muito divertido:
- Não se assuste, homem! Não vou fazer-lhe mal.
Em toda a rua ouviu-se uma estrondosa gargalhada. Aquilo era o que pretendia o intrujão: desconcertar Latimer e quantos assistiam à cena.
- Se dá mais um passo – gritou LAtimer furioso com o ridículo da sua posição – não terei em conta que está desarmado.
- Mas… pensava matar-me? – perguntou, com a boca aberta e os olhos assombrados.
Novas risadas coroaram as palavras de Sherman. O pistoleiro fitou-o com ódio e disse:
- Já chega de farsa, amigo! O seu truque de fazer-se engraçado vai servir-lhe de muito pouco. É fácil esconder a cobardia com essas graçolas. Aproveita-se de não trazer revólver e supõe que por isso pode salvar-se. Mas está muito enganado.
Enquanto fala, Latimer tirou uma das suas armas do coldre e atirou-a aos pés de Erle, dizendo:
- Agora contarei até vinte. Neste tempo pode apanhar a arma, examiná-la e metê-la no coldre.
Sherman olhou para o revólver caído no chão, mas não se mexeu para apanhá-lo. Perguntou:
- Quer dizer-me primeiro por que é esse interesse em dar-me um tiro? Creio nunca lhe ter feito mal algum e nem sequer o vira na minha vida.
- Certo, mas fê-lo a um meu amigo, que é o mesmo.
- Ah! Esse Sandro é seu amigo? Não sabia que tivesse amigos tão cobardes, que se dedicassem a arruinar duas indefesas mulheres. Mas, se o seu amigo que uma desforra, diga-lhe que venha procurar-me quando estiver reposto. Mas não se meta nisto ou toda a gente vai supor que foi você quem ordenou a Sandro ir à loja atemorizar essas duas pobres mulheres. Seria engraçado que, parecendo tão valente, fosse mais cobarde do que eu.
- …doze… treze… - contava Latimer com os dentes ferrados pela fúria que o dominava.
- Em lugar de perder tempo consigo – continuou Erle – devia ir dizer a Sandro que não volte a repetir a façanha de hoje, porque está a desprestigiá-lo.
- …dezanove e…
Erle tirou o chapéu amavelmente, deu meia volta e pôs-se a andar rua acima, muito tranquilo.
LAtimer ficou com o vinte na boca e a mão crispada sobre a coronha do revólver. Tirou a arma lentamente, cego pela raiva. Levantava o cano, apontando às costas de Sherman, quando uma voz lhe gritou:
- Cuidado, Latimer! Matar um homem pelas costas é um assassínio e paga-se com a forca!
Era o xerife de Atoka, homem robusto, que falara.
- Eu não mato pelas costas, xerife, mas juro-lhe que hei-de pendurar em breve o seu cadáver nessa viga!
Apontou uma viga de um telhado próximo. Erle ouviu-o, mas não se incomodou a voltar a cabeça. Seguiu o seu caminho com o habitual e imperturbável sorriso.
Ao passar em frente da loja das irmãs Collins, viu Malmie por trás do vidro da montra. Fitou-o de uma maneira estranha, séria, profundamente.
Erle tirou o chapéu e cumprimentou-a. Mas ao ver que ela não lhe correspondia e continuava a olhá-lo daquela forma estranha, o sorriso endureceu-se pela primeira vez nos seus lábios.
Quando, pouco depois, Eric Sherman deixava a cidade a galope, continuava a pensar naquele inexplicável olhar de Malmie Collins.
(Coleção Cowboy, nº 30)

BUF012. Sinfonia de Morte


(Coleção Búfalo, nº 12)
 
 
 
«John Flemming é um detetiva da Pinkerton e foi procurado por uma jovem mexicana, Teresa Jurado, com o objetivo de o levar a descobrir as razões e o autor do assassinato do seu irmão em Abilene, oferecendo-lhe avultada quantia com esse objetivo.
Flemming aceita. No início das investigações conta com um cego que «assistiu» à cena do assassinato o qual lhe deu alguns pormenores. O assassino tocava harmónica e uma das músicas favoritas que costumava tocar era a valsa «Uma rapariga bonita espera por ti no Missouri», verdadeira sinfonia de morte.
Após um conjunto assinalável de peripécias, Flemming vem a acompanhar uma leva de gado para Abilene, cuja proprietária era uma jovem de incrível beleza. Entre aqueles vaqueiros, ele procurava encontrar o assassino do irmão de Teresa. Mal sabia que o vaqueiro de quem se viria a tornar grande amigo tinha um segredo terrível… que veio a partilhar no momento da morte.
Este livro de Keith Luger, sem ser excelente, tem muitos momentos de interesse e de elevada beleza, sendo um hino à vida dos cow-boys e à beleza que desfrutam enquanto esta decorre.»

BUF011. Vermelho, cor de sangue


(Coleção Búfalo, nº 11)

sábado, 27 de julho de 2013

PAS028. Chicotada no amor


Partiram meia hora depois. Não foi pequena a surpresa de Mike e Oliver ao encontrarem no local os filhos e a viúva do rancheiro…
Já tinham o cadáver numa padiola e dispunham-se a levá-lo quando interveio o xerife.
- Vejo que pisaram os arredores apagando todos os possíveis rastos. Algum de vocês está empenhado em que não descubramos o assassino?
A senhora Doren, a viúva, continuava a chorar em silêncio. Betty e Russel cravaram o olharem Mike.
- Não sabem quanto o lamento – disse este. – Ao descobrirmos, eu e Oliver, o corpo, fomos ao rancho para lhes comunicarmos a triste notícia mas quase nos receberam a tiro. Já devem saber o que aconteceu depois.
- Como também sei – respondeu Betty – que o papá te ameaçou ontem e que ordenou a anulação do nosso noivado; tu, como vingança, mataste-o cobardemente pelas costas.
- Betty! Que tolice estás a dizer? – perguntou Mike, horrorizado. – Enlouqueceste? Quem te meteu essa ideia na cabeça? Como…
Mike levou a mão à cara, onde acabava de estalar o chicote que sua noiva tinha na mão.
- Canalha! Patife! Matem-no, rapazes! É um assassino…
/Coleção Cowboy, nº 4)


E agora, Mike? Como vais escapar? Matarás a tua noiva?

BIS010. Caminhada Sangrenta

(Coleção Bisonte, nº10)

BIS009. Trágico desenlace


(Coleção Bisonte, nº 9)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

CWB040. Outra cova para o juiz

 

Quando o juiz Morris procedia ao julgamento do famigerado «Rugas» Lee, um conjunto de tiros interrompeu a sessão e, pouco depois, todos puderam ver que o juiz estava morto e o processo tinha de ser interrompido.
O xerife Mac Leod fez esforços para conseguir novo juiz, mas o primeiro que foi nomeado teve igual destino. A população já acreditava que o bandido nunca seria julgado.
Até que chegou à cidade um homem do Leste de que todos troçaram, mas que em breve mostrou que sabia utilizar as armas e que a nova cova para o juiz afinal seria destinada ao bandido.

PAS027. Cavalgada no deserto

- Não me digas que o sol e o deserto não são bastantes para crisparem os nervos a uma múmia. Estou farto de ver areia, cobras, tarântulas e sapos. E, como se isso não bastasse, há mais de duas horas que na minha garganta não entra um gole de água. Tenho a língua como lixa! Quando chegarmos a Rock Springs, beberei até sair-me pelos ouvidos…
A paisagem era profundamente desoladora.
Um céu azul, sem uma nuvem, gravitava sobre as suas cabeças e as reverberações dos Sol sobre a areia feriam a vista a ponto dos olhos, irritados, se encherem de lágrimas. Os cavalos mostravam-se inquietos; pequenos grupos de catos viam-se dissimulados, manchando a árida extensão que, por vezes, se ondulava, formando pequenos montículos. Enormes lagartos assomavam por entre a rasteira arborização, para vê-los passar, com expressão de supina estupidez.
(Coleção Bisonte, nº5)

BIS008. O rancho maldito

(Coleção Bisonte, nº8)

BIS007. O seu último sorriso

(Coleção Bisonte, nº7)

BIS006. O Forasteiro

(Coleção Bisonte, nº 6). Capa e texto indisponíveis

quinta-feira, 25 de julho de 2013

PAS026. Caminhada pela Cidade

Com a sua figura de menino e cara de feições pálidas e corretas, em que se destacavam dois grandes olhos claros, caminhava pensativo pelo passeio de uma das ruas de Noxville.
Vários olhares se fixaram nele; desprendia-se do seu aspeto qualquer coisa de estranho que inquietava quem com ele se cruzava.
Parecia não reparar em nada.
Caminhava direito, devagar e calmo. As grandes esporas das suas botas tilintavam no passeio e a coronha do revólver espreitava sinistramente pelo coldre entreaberto.
As pessoas contemplavam-no ao passar e trocavam impressões em voz baixa.
Um ou outro dirigia-lhe um gesto de cumprimento, mas poucos se atreviam a encarar abertamente aqueles olhos de fulgor estranho. Muitos conheciam-no já; muitos outros não tardariam a conhecê-lo ou ouvir falar dele.

BIS005. A morte veio nos seus passos


(Coleção Bisonte, nº5)

BIS004. Uma bala para três

(Coleção Bisonte, nº 4). Capa e texto indisponíveis

BIS003. Adiante Willy!


(Coleção Bisonte, nº3)

BIS002. O Valentão

(Coleção Bisonte, nº 2). Capa e texto indisponíveis.

BIS001. O Fugitivo

(Coleção Bisonte, nº 1): Capa e texto indisponíveis.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

PAS025. Encontro com a Morte

A diligência parou em frente à taberna.
Levando o cavalo à rédea, Bill juntou-se aos curiosos, recordando-se da linda loira de olhos cor do céu. Viu-a descer e ficar à espera da bagagem.
- Boas tardes, menina. Por mais que puxe pela memória não me recordo de ter visto uma mulher tão escandalosamente bonita. Que tal foi a viagem?
A jovem fez um gesto de impaciência.
- Quer fazer o favor de me deixar tranquila?
- Que voz angelical! Qualquer diria que é a campainha da porta do paraíso.
- Menina Florabel Hulton! – gritou o cocheiro, segurando uma mala e lendo o nome da proprietária.
- É minha! – disse a encantador loira pondo-se nos bicos dos pés para receber a mala.
Bill não lhe deu tempo. Adiantou-se e colocou-lha suavemente no chão, acrescentando:
- Seria o mais feliz dos homens se me autorizasse a levar-lha a casa.
A rapariga murmurou um «obrigada» e afastou-se. Bill ficou-se a contemplá-la mas não lho permitiram. Perto dele, ouviu uma voz dizer-lhe.
- Esqueça essa jovem, que é melhor para si.
Era o aperaltado da diligência.
- Motivos?
- Ordeno-lhe eu e chega!
- Não chega distinto amigo. É sua mulher, namorada, noiva, irmã ou avó?
- Seja o que for não interessa. E não me irrite porque morrerá sem remissão. Agora não me surpreenderá como há meia hora.
- O surpreendido fui eu. Esse fato não parece o de um pistoleiro profissional. Que vem aqui fazer? Negócios de batota?
- Chamo-me Foster Stirling! Nunca ouviu falar de mim?
- Não e admira-me porque os pistoleiros são populares nestas terras; mas o meu nome talvez já o tenha ouvido alguma vez: chamam-me «Morte».
(Coleção Cowboy, nº 1)

POL008. Perseguido por uma bala



(Coleção Pólvora, nº 8)

terça-feira, 23 de julho de 2013

PAS024. Caiu do cavalo e bateu com a cabeça

Linda Simon, oil on canvas

Esta é Linda Simon, fiel seguidora de Ó Bösta, presidente da associação de criadores de cabeças de gado de Golden City, neste momento, presa pelo arruaceiro Videra que foge da cidade perseguido pelo governador e seus lacaios.
Videra leva também dois cavalos consigo. Mudou várias vezes de direcção, escolhendo terreno empedrado e, quando viu que não havia sinal dos perseguidores, suavizou o envolvimento da presa.
- É melhor soltares-me - gritou ela.
- Não tenhas receio que não vou fazer-te qualquer mal.
Saltou do cavalo e ajudou-a a descer, entregando-lhe uma montada.
- Podes ir. Desculpa o mau bocado que te fiz passar.
Linda montou, olhou-o com alguma estranheza e afastou-se na direcção de Golden City. Videra imitou-a e tomou a direcção do seu rancho em grande velocidade desaparecendo rapidamente no horizonte.
A presidente voltava a Golden City, absorta em mil pensamentos. Estaria errada? Teria aquele homen razão ao criticar de tal modo a política local? Mas como poderia afastar-se de Ó Bössta se este tinha tanto poder?
Ia tão distraída que não viu uma cobra passar perto da montada. Esta assustou-se, encabritou-se e atirou-a por terra. Linda bateu com a cabeça no chão e ficou imóvel. O cavalo, esse, permaneceu a seu lado contemplando-a numa doce tristeza.
Ainda ensonado, um chacal sentiu presa fácil bem perto e ergueu-se para a procurar. Pé ante pé, aproximou-se daquele corpo inerte, temporariamente fragilizado...

Linda foi libertada, mas está em perigo. Irá ser comida pelo chacal? Quem a poderá salvar? Videra parece estar em segurança no seu rancho. Que fará Ó Bössta?

(Golden City, Cidade sem Lei)

POL009. Jack "Mãos Sujas"


(Coleção Pólvora, nº9)

PAS023. Aparição

Bill voltou-se para trás e ficou maravilhado. A uma janela assomavam os cabelos de mulher mais bonitos que algum dia vira. E, sob os cabelos, um rosto como nunca contemplara. Meteu o cavalo a par da janela. E levou a mão à aba do chapéu.
- Boas tardes, menina! Chamo-me Bill Serven. E você? – como a jovem voltasse o rosto para outro lado, prosseguiu: - Não receie que nos persigam os índios. Mesmo nesse caso, estarei eu aqui para jogar a vida pela sua tão deslumbrante.
A rapariga, que não passaria dos vinte e dois anos, cravou por um momento os olhos azuis nos do cavaleiro. Este continuou:
- Nunca supus que alguma mulher pudesse arrancar um bocado do céu para o fechar debaixo das pálpebras. Os seus olhos brilham mais que o Sol. Em compensação os seus cabelos parecem raios do astro rei. Pode dizer-me se vem do céu?
A jovem voltou-se para dentro do carro depois de correr a cortina…
(Coleção Cow-boy, nº 1)

domingo, 21 de julho de 2013

PAS022. O homem de Wyoming


Toda a população de Mayer se encontrava na expectativa. O ambiente era de tensão. Pairava eletricidade no ar. Era como se uma tempestade horrível estivesse prestes a desencadear-se sobre a população.
Havia já alguns dias que se comentava, em todas as partes, os prós e os contras de um assunto que parecia ser absurdo, mas que, no entanto, não o era.
Essa questão já havia causado algumas desordens, e, em mais de uma ocasião, os contendores tinham saído para cruzar as armas de fogo. E tudo isto por uma insignificância.
Um homem que viera do longínquo Wyoming, para terras do Arizona. Um homem que, através de terceiros, e sem qualquer pressão, tinha comprado o melhor rancho da região, e o melhor saloon de Mayer.

POL006. Nem um dólar pela tua vida


(Coleção Pólvora, nº 6)

sábado, 20 de julho de 2013

POL005. Tabaco Vermelho

(Coleção Pólvora, nº 5)


A luta contra a escravatura nos Estados Unidos da América não se esgotou no conflito Norte-Sul. Mesmo antes deste, alguns tentavam pela força a libertação de escravos e conduzi-los para lugar seguro no Norte.
Este livro é uma ficção em que relata o aproveitamento oportunista desta situação sugerindo a possibilidade de alguns dos que libertavam escravos o faziam para seu benefício pessoal, neste caso, para uma nova escravização ao nível da produção de Tabaco Vermelho.
Scott é um destes oportunistas que, quando o negócio já lhe corria de feição, teve o azar de contactar para a causa alguém que via a libertação dos negros como um objetivo inalienável.
Trata-se de um livro muito interessante de Fel Marty completamente diferente da totalidade dos apresentados até agora neste espaço.
 
 
Passagens selecionadas:
 

PAS021. Pirilampo do rio

Chamava-se Crystal Dumeine.
E chamavam-lhe o pirilampo do rio.
Alta e esbelta. De curvas fascinantes capazes de perturbar o capitão do barco onde se encontrava. Era orgulhosa e altiva. Morena, de olhos rasgados, grandes e negros como um cume ou um poço.
A boca de lábios carnudos, vermelhos e sensuais incitava ao beijo. O seio era altivo e erecto, a cintura fina, quadris de ânfora e pernas altas e maravilhosas metidas em meias, preta a maioria das vezes.
No dizer de quantos a conheciam, Crystal era uma verdadeira dama crioula, embora, como em todos os casos, houvesse quem tinha opinião contrária. Mas todos concordavam em que era tão perigosa como uma cascavel ou um jaguar das planícies do Texas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

POL004. Chuva de Chumbo


(Coleção Pólvora, nº 4)

POL003. Assassino de Aluguer


(Coleção Pólvora, nº 3)


No mesmo dia, chegaram três indivíduos estranhos à cidade de Tucson. Um deles era um ex-presidiário condenado pelo juiz Fawcett a alguns anos de prisão quando todos diziam que merecia a forca. Outro, um mestiço, Lone Francis carregado de ódio pelos outros humanos e disponível para alugar a arma ao melhor preço. Finalmente, um jovem, antes criado pelo juiz Fawcett, cujos pais tinham sido assassinados numa noite trágica, imputando a responsabilidade a índios, mas ciente de que um dos que tinham cometido tal acto era Sid Latham, capataz do rancho Empire. As terras do pai deste jovem, Boston Carvett, acabaram por ser integradas naquela propriedade.
O juiz Fawcett conhecia alguns pormenores comprometedores da vida de Williard Usher, dono de um bar em Tucson, e este resolveu contratar um dos três chegados para o abater: Lois Francis. Ao mesmo tempo, Carvett desafiou Latham e abateu-o.
Tucson não era uma cidade pacífica mas tinha um xerife activo e honesto que imediatamente sentiu necessidade de atuar. Tratava-se de descobrir qual dos três forasteiros tinha sido responsável pela morte do juiz e apurar as condições da morte de Latham.
Para complicar a questão, Edward Goodman, autor deste interessante livro, provocou um encontro entre Carvett e a filha do dono do «Empire» o que lhes fez despertar sentimentos antes nunca experimentados e a belíssima jovem deu grande ajuda no esclarecimento do problema de Carvett.
Ao fim de alguns sequestros, ameaças, chantagens tudo se veio a resolver e Tucson ficou livre de um assinalável número de pessoas sinistras.

Disponível para Download

 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

PAS020. Obras no cemitério

Hoodgkin Stone, o velho Stone, era um homem impulsivo e tinha uma história bastante escura que muita gente se comprazia em relatar. Sabia-se que tinha arribado a Minnesota montado num velho e esquelético sendeiro, que desimpediu o caminho com os revólveres que manejava como ninguém e que o cemitério de Alberca Lea teve de ser ampliado após a sua chegada.
Sabia-se, ou suspeitava-se, que era um pistoleiro que procurava um recanto pacífico onde pudesse descansar; onde ninguém pudesse encontrá-lo e onde pudesse dar descanso ao seu revólver.
Talvez ele se encontrasse no lugar ideal onde tudo aquilo era possível, mas o mal de Hodgkin Stone não estava nas pessoas, mas exclusivamente nele, no seu sangue contaminado de pólvora; nas suas mãos ágeis, completamente divorciadas do cérebro, que agiam como se não existisse relação entre uma coisa e outra.
Matou. Não havia nada que lhe detivesse a mão quando se tratava de matar, ainda que ele o não quisesse. Depois, sempre com a preocupação de abandonar de vez os revólveres, comprou um terreno, adquiriu vacas e toiros e dedicou-se à criação de gado. Casou-se e teve filhos.

POL002. A razão dos Colts


(Coleção Pólvora, nº 2)

POL001. A pena de talião


(Coleção Pólvora, nº 1)
 
 
Jack Stevens recebeu no seu escritório de advogado, em Dallas, a notícia de que seu pai tinha falecido. A abertura do testamento do falecido Stevens integrava uma última vontade de acordo com a qual devia procurar o seu tio Jack no Novo México sem especificar o motivo, mas fazendo depender a herança da sua enorme fortuna à satisfação dessa condição.
Jack partiu para o Novo México onde veio a descobrir que o tio era um facínora da pior espécie que abusava habitualmente dos vizinhos para lhes ficar com as propriedades e estava rodeado de um número elevado de bandidos. Entre as vítimas deste homem, havia uma família honesta onde Jack encontrou pela primeira vez o fulgor do amor numa luta para apoiar estas vítimas, fez com que fosse um dos próprios bandidos que executasse a pena de talião relativamente ao seu tio.
Este é o primeiro livro da coleção Pólvora, uma coleção da APR com uma mancha escura muito especial. Os autores habituais dos outro livros da APR não são fáceis de aqui encontrar parecendo muitas vezes material de refugo…
 
 
Passagens selecionadas:
 
 


quarta-feira, 17 de julho de 2013

PAS019. O «Paraíso Vermelho»

Dizia-se que originalmente o «Paraíso Vermelho» tinha sido idealizado por um inglês enriquecido à custa do petróleo e do cobre. Ansioso de uma obra algo original, escolheu uma praceta circular da moderna Santa Fé e nela construiu o luxuoso palácio, autêntico paraíso de gente impúdica.
Fez uma edificação circular, com o tecto em forma de meia laranja, e decorou o telhado e as paredes de um tom vermelho delirantemente berrante.
Rodeou a casa com uns jardins estreitos de um verde pálido e extinto que fazia contraste com o violento vermelho das paredes, e por sua vez circundou o jardim de um muro alto de tijolo.
(Coleção Arizona, nº 8)

ARZ010. Exibição de Morte


(Coleção Arizona, nº 10)

terça-feira, 16 de julho de 2013

PAS018. O código de honra dos homens das planícies


- Penso que Lou Garnett não era tão mau como dizem. Desertou depois de matar cara a cara, com as armas na mão, o seu comandante. Negou-se a fuzilar quatro índios inocentes, e quando o superior quis disparar contra ele por insubordinação, antecipou-se-lhe. Ajudado por vários oficiais e soldados fugiu do fortim situado nas fronteiras apaches. Perseguido, rumou para Noroeste numa correria violenta. Nunca desafiou nem matou ninguém a não ser quando lhe punham o dilema de matar ou morrer. Assim, deste modo, todos sabemos como é difícil manter prestígio na nossa terra.. Finalmente, alguém acabou com ele à traição.
- Uma história vulgar e nada edificante.
- É o que parece. Há deserção, rebeldia, homicídios tudo quanto os nossos códigos castigam. Mas há códigos diferentes entre os homens das planícies. Um código que ignora leis e papéis, mas que não ignora a lealdade, a valentia e a honradez. Segundo esse código, Lou Garnett foi um grande homem. Mas também dizem que o foram outros «homens maus» do Oeste e do Sudoeste.
(Coleção Arizona, nº 9)

ARZ009. «Cactus» Joe

(Coleção Arizona, nº 9)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

PAS017. A arte de domar uma gata raivosa

Subitamente, tomei-a nos meus braços levantando-a facilmente e, sentando-me na cama, deitei-a de bruços nos meus joelhos.
Esperneou furiosa, tentando escapar-se e intentou morder-me, mas, apoiando o meu cotovelo esquerdo na sua nuca, obriguei-a a mergulhar a cara contra a roupa da cama e, em seguida, dediquei-me a, conscienciosamente, dar-lhe uma boa sova na parte mais carnuda do seu corpo. Jovem e forte, debatia-se furiosamente mas, apesar de tudo e ainda que me dirigisse profusamente ameaças e impropérios, meio sufocada, lutando para tirar a cabeça, para que a colcha não abafasse as suas palavras agressivas, não pensou, nem um só instante em pedir auxílio ou, pelo menos, absteve-se de o fazer. Indubitavelmente o seu orgulho impedia-a de gritar.
- Bem, Maureen – disse por fim, - se agora estiveres quietinha, soltar-te-ei e partirei tão pacificamente quanto tu o desejares.
Sem esperar a sua resposta soltei-a, levantando-me vivamente, pois temia bastante que aquela gata raivosa se atirasse sobre mim, tentando arranhar-me. Mas fi-lo com tal rapidez que não lhe dei tempo a levantar-se e caiu no chão de onde voltou para mim a sua cara molhada pelas lágrimas e, com grande assombro, surpreendi uma luz estranha nos seus enormes olhos.
Tinha esperado encontrar neles desejos de vingança, labaredas de cólera homicida e, em vez disso, apareciam-me húmidos, mansos, vencidos. A irascível e orgulhosa Maureen Kinney estava domada!
(Coleção Arizona, nº 6)

PAS016. Sem Perdão

Cometeste o pior de todos os crimes: a traição. Por tua causa morreu muita gente. E são muitas as mães, as esposas e os filhos que choram os seus mortos. Podias ter escolhido o uniforme cinzento, ninguém to impedia. Era mais nobre combater com ele, se era isso o que na verdade ambicionavas. Mas o que não tem perdão é usar todos estes anos uma farda, e quando chega o momento mais importante duma guerra atraiçoá-la e com ela os teus companheiros que sempre confiaram em ti, os teus amigos, a tua bandeira, a tua pátria em suma…
(Coleção Arizona, nº 8)

ARZ008. Emboscada

(Coleção Arizona, nº 8)
 
 
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domingo, 14 de julho de 2013

PAS015. Insulto Perigoso

Levantei-me sem pressas e, apanhando um maço de notas das grandes, separei a quantia que lhe devia.
- Aqui tens o que é teu.
Pu-las num extremo da mesa e, depois de leve hesitação, aumentei o monte até dez mil dólares
- Aqui tens mais dois mil. É suficiente não é verdade?
O inesperado insulto deixou-a branca como papel. Estava ali muita gente já, todos deviam saber onde eu tinha passado a noite e, seguramente, imaginavam como.
- …!
Mimoseou-me com uma obscenidade e, ato contínuo, friamente, esbofeteei-a com as costas da mão. Ao mesmo tempo, baixei a mão esquerda empunhando o revólver daquele lado e um leve torção de cintura permitiu-me ver como Wilson tinha quase sacado já a sua prateada «Derringer» . pelo que, sem mais contemplações, fiz fogo. Rolou para um dos lados, sem qualquer obstáculo, para se precipitar pesadamente de bruços, no chão, onde produziu um surdo baque.
(Coleção Arizona, nº 6)

ARZ007. Serpentes humanas

(Coleção Arizona, nº 7)


ARZ006. Cavalheiro com Pistolas


(Coleção Arizona, n6)
 
Passagens selecionadas:
Último olhar

sábado, 13 de julho de 2013

PAS014. Último olhar

Olhei o louco que se tinha arruinado de forma tão absurda e senti verdadeira pena, ao mesmo tempo que me punha em guarda pois parecia de tal forma alterado que poderia intentar qualquer disparate. Agradar-me-ia ter-lhe dito, então, algo, mas há certas coisas que não devem fazer-se em público e, além disso, compreendi que valia mais esperar um pouco, pois no seu actual estado de ânimo não seria fácil entendermo-nos. Por outro lado, tão pouco me parecia um desses tipos que se matam a tiro quando se encontram em apuros e talvez uma noite em claro o fizesse meditar e mostrar-se mais reflexivo pela manhã. Não era minha intenção despojá-lo do que era seu e, uma vez serenado, facilmente nos poríamos de acordo.
- Agora estou sem um cêntimo, Maureen – disse com voz rouca – e tenho a impressão de que isto altera a nossa amizade.
- Claro, filho – concordou ela, sorrindo, zombeteira. – Quando quiser transformar a minha casa num asilo de indigentes, avisar-te-ei.
- Cadela! – rugiu Reed, congestionado pela raiva. – Levaste a maior parte do meu dinheiro e, sem embargo, não tens sequer uma frase amável para mim. Eu te darei…
Foi tudo tão rápido e eu estava tão desprevenido que nada pude fazer para evitar o desenlace. O enfurecido rancheiro saltou, com as mãos estendidas na direção da delicada garganta de Maureen Kinney, a qual o fixou, desafiante, sem a menor amostra de medo, e, no mesmo instante, soou um disparo que, a julgar pelo seu ladrido, devia proceder de uma arma pequena. Pistola «Derringer», de cano duplo, com todas as probabilidades. Reed deteve-se de chofre, como se tivesse topado com um muro invisível. E, levando as mãos ao peito, olhou a formosa mulher com uma expressão de assombro enquanto o sangue lhe escorria, lentamente, entre os dedos. Deu ainda um passo vacilante e caiu, de bruços com surdo estrondo, imobilizando-se no solo, enquanto o seu largo chapéu «Stetson» rodava aos pés dela. Estava morto!
(Coleção Arizona, nº 6)

ARZ005. Ladrões de Gado

(Coleção Arizona, nº 5)